Diário de 0d

Uma perspectiva fragmentária

Escrito 01/10/18 11:06

Editado 2018-10-01 11:07:06

Uma ferida estendida no varal

Tonto... Além das bordas sólidas, do toque rígido. Os dedos, seiva bruta, escorrendo nas entranhas do mundo. Meus sentidos de vidro que trincam e acariciam, súbitas partículas de areia, escapando pelos poros. O beijo lenhoso em meu peito, o coração que rompe e escuta, escuta entre as folhas verdinhas de sino.

Todas as coisas respiram e me arranham, me erodem e me ramificam e eu danço na tortuosidade da vertigem. No fundo do crânio, uma deliciosa estática.

Eu estou sobreposta por uma miríade de estratos, fóssil de mim mesma, arqueóloga desorientada.

Os passos que me circundam e me carimbam no escuro e se vão. Filigranas de água; o sussurro empoeirado dentro das batidas cardíacas; os dedos molhados por debaixo do vestido de florzinha, ensombrecida, com a pele assustada. E me vou.

A experiência é um ato de auto violência espaço-temporal. O ducto de filamentos, o magnetismo.

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É bonita a incompletude

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