Saiba quando não olhar
Andréia Kmita
Tipo: Lírico
Postado: 03/03/17 18:15
Editado: 16/03/17 15:46
Gênero(s): Poema
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 2min a 3min
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Palavras: 413
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Não recomendado para menores de dezesseis anos
Capítulo Único Saiba quando não olhar

No seu âmago, hábitos devorativos adormecidos

no travesseiro, toda noite esquecidos, aquecidos

na inércia subcutânea do corpo sem experiência,

no profundo abismo do Oceano Pacífico a essência

entra em guerra contra sua própria natureza; e as memórias,

vazias, a serem inevitavelmente pelo tempo preenchidas.

Noite após noite… Assim como a sede de quem libido sente,

assim como a fome de quem quer saciar-se.

Queria ver mais... Através das frestas festas ocultas

narradas dos feromônios, nas escuras ruas arestas,

incandescentes e impulsivas cenas trogloditas,

a língua afogava os gritos em suas retinas secas.

Deixou os olhos verem a altivez e a virilidade,

a boca escalar o corpo causando-lhe maçãs.

Deixou o som do ranger da cama penetrar a incapacidade,

Deixou-se tomar de sensações terrivelmente estranhas.

Pensava a nudez ser um problema de eternidade,

entretanto era sobreposto pela necessidade,

feito caminhão bitrem desgovernado de serenidade,

talvez seja visto como aterrorizante caridade.

E então… O querer ver, o poder tocar, o saber experimentar

não passam despercebidos da cena no ápice do amar,

do sonhar, escandalizar e gozar, da saliva provar

a gula do beijo e os lábios no queixo pousar.

Assim desarmada, totalmente entregue a paisagem vistosa,

ao deleite alarmante das vistas em pavorosa,

extraordinariamente a melhor descobertas do não saber

assimilar viscoso líquido surgido entre as pernas, e perceber

no cenário a euforia da urgência do corpo em aclive,

enquanto percorrida em pensamentos that live,

Living in my soul like a ferocious hunting dog

How could he silence the desire, without killing the dog?

Deveria? Saberia a inocência viver sem fogo?

Sem a vontade incontrolável sinestésica do incêndio?

Talvez… Talvez a menina se torne compulsiva observadora;

e quando soube dos outro detalhes, das mãos trêmulas de agora,

da saliva exagerada, das mãos geladas no suor quente da pele,

percebeu a fraqueza da calma e nada seria como antes dele.

Enquanto não olhava, não entendia, não sabia

e agora sua retina seca, indissociável pasma guia.

A caixinha vazia já se decora de histórias sem guardas-roupas,

desejos loucos de infringir regras dos tantos auroras,

Como fora sentir o cheiro do fluido a se consumir em urros sedentos,

em becos escuros ou macias camas ainda correm límpidos.

Se soubesse quando olhar aos 17, não seria fabuloso saber por si persuadir

a textura das peras, o gosto viscoso e doce da rosada vulva,

o toque do outro, a boca da outro, o calor do outro na chuva

enquanto fecha lentamente os olhos e deixa o vestido cair.

(A.K. 40)

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