Eu disse não,
você me pressionou
uma
duas
três vezes.
Cedi,
contra a parede
minha cabeça girava
eu não estava afim.
Eu queria surtar,
ocupada demais,
muitos problemas,
pouco apoio.
Você ignorou as mensagens
uma
duas
três vezes.
Engoli os problemas.
"Por favor"
você implorou
uma
duas
três vezes.
Concretrizei.
Não queria, mas
o que eu podia fazer?
Estava doente de amor.
Completamente doente.
Podia dizer que era terminal
(se eu não houvesse corrido antes).
Estava com medo,
quando você se aproximou
me encolhi.
Você me repreendeu.
Não entendeu.
Se irritou
me julgou.
Eu implorei.
Uma
duas
três vezes.
Você apenas dispensou.
Você me pediu
uma
duas
três vezes.
Eu disse que sim.
Você estava livre do fardo
mas eu queria me matar.
Você brigou comigo
uma, duas, três vezes
quatro, cinco, seis vezes
sete, oito, novo vezes
dez vezes.
Muitas vezes.
Eu cedi
eu pedi desculpa.
Eu sumi
Eu desapareci.
A névoa baixou
pude ver com mais clareza
Acabou?
Não.
Continuou.
Um
dois
três dias.
Outra discussão.
Vai mudar.
Um
dois
três dias.
Mais uma vez.
Uma teia
em minha volta
foi feita
e eu estou enredada.
Não, hoje não.
Vou te negar.
Posso até não sobreviver
um único dia
mas eu não sou posse
muito menos sua.
