Já que é pra mudar
Azurisky
Tipo: Lírico
Postado: 18/06/18 23:57
Editado: 18/06/18 23:58
Gênero(s): Cotidiano Reflexivo
Avaliação: 8.33
Tempo de Leitura: 1min
Apreciadores: 5
Comentários: 4
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Palavras: 211
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Livre para todos os públicos
Notas de Cabeçalho

Voltei

Capítulo Único Já que é pra mudar

Vivendo uma rotina fixa com um dia-a-dia parado

O que poderia fazer? Meus sentimentos anestesiados

Tudo muito corrido, pensamentos negligenciados

Sufocado, estipardo, despreparado

Não há descanso e, sim, estou abandonado

O que mais seria senão um morto?

À vista não há nenhum porto

Eu estou sempre absorto

Sem nenhum exorto

Sequer sei como suporto

Pensei que não mais tinha mais alma

Que não existia nada que me trouxesse calma

Veja só, em ansiedade minha mente espalma

E num ciclo de solidão esta se empalma

Estaria fadado a viver em desalma

Era o que eu pensava

Um fantasma almadiçoado a vagar em multidões

Que meu rosto para os outros não teria sequer feições

Que minha definição fosse para eles apena um punhado de imperfeições

E incrivelmente de tudo eles sempre tiram conclusões

Eles sequer sabem as dimensões, as emoções as explicações

Eles se atém e vivem pelas imagens e ilusões

Fingem que se importam, mas conhecer eles tem zero intenções

Achei que era e sempre seria esse meu modo de viver

Que poderia ser minha culpa, que um desajustado feliz não poderia ser

Que eu deveria mudar, seguir a manada e da besteira deles beber

De mim mesma, meus pensamentos, o que sou, me abster

Se isso significasse melhorar, por que aborrecer?

❖❖❖
Notas de Rodapé

Só não sei se é pra ficar

Apreciadores (5)
Comentários (4)
Comentário Favorito
Postado 19/06/18 00:39 Editado 19/06/18 00:40

Pesado.

Este poema ficou pesado.

A carga emocional contida nestes versos é literalmente palpável e engulfa o leitor em um misto de reflexão e expressão visceral acerca da necessidade, do preço e das consequências que as mudanças exigidas pela sociedade a todos nós.

Isso só para começar.

Também há a questão da hipocrisia socio-existencial da maioria esmagadora pertencente ao meio em que o eu-lírico vive, parcela esta aue realmente o esmaga com seus paradigmas, suposições e anseios, cobrando por alterações que, no fim, provavelmente o tornarão igual a eles!

Satã! Seria hilário se não fosse desprezível a destruição que o mover das engrenagens do Sistema causam ao corpo, à mente e à alma do eu-lírico! E no fim, tudo se perde: a empolgação, a individualidade, a realização, o sentido, o viver. Tudo se resume a seguir "mudando" até a descaracterização e ao oco.

Ao louco...

Perdão pela divagação... Seus textos me eram tão aguardados e saudosos que acabei divagando excessivamente sobre este excelso regresso! Meus sinceros e estupefatos parabéns, Jovem Poder! E, se possível, permaneça...

Atenciosamente,

Um ser que deveria ter mudado algumas coisas e conservado outras (mas no fim fez foi merda mesmo), Diablair.

Postado 21/06/18 14:56

Ah, Diab <3 <3 <3

Sei nem o que te responder, cara. Mas se sabe que vou ser eternamente grata. Por tudo.

Postado 19/06/18 17:23 Editado 19/06/18 17:24

" Se isso significasse melhorar, por que aborrecer? "

Coloca esse verso numa placa!

É isso mesmo. Se vai melhorar, por que aborrecer? A não ser que não se queira melhorar ou queira se aborrecer. Ou, então, não vai se melhorar e vai se aborrecer, mesmo tentando, contra vontade, mudar. É... acho que taí a moral do poema.

Mas de qualquer forma, tem que ver como quer se viver. A mudança contragosto é algo meio que de hoje em dia. Antigamente, nem se tinha essa opção e hoje se tem a chance de não gostar de algo forçado ( e dizem que o mundo tá pior). Mas aí pra continuar fazendo o que se faz, sendo o que se quer ser, tem que abrir mão de algumas coisas, porque nada é de graça. O mundo é uma porcaria mesmo. Enfim, vai de cada um. Meu conselho? Se adapta! É o mais fácil. Vive-se como um robô e já era, até porque é como robô que nos veem.

Sobre a parte técnica, acho que faltou uma revisão no texto, hehe. Algumas letras faltando, assim como umas vírgulas. Também tem umas rimas um pouco forçadas, mas quem nunca? Isso é bem normal. De repente, se o texto tivesse ficado mais tempo na gaveta para uma releitura posterior, esse tipo de coisas teriam sido revistas. Mas no geral, tá muito bom. Só citei questões pontuais.

Para finalizar, parabéns! Continue escrevendo, pois tu é daquelas escritoras que sabem surpreender.

Até mais!

Postado 21/06/18 14:55 Editado 21/06/18 16:33

E aí, Chico! Po, que comentário massa! Senti falta de comentários assim aqui na AC. Muito obrigada por ter lido e comentado. Eu super acato suas sugestões. Foi realmente isso, eu não "lapidei" muito antes de postar aí algumas coisas grotescas passaram. Pretendo revisar.

Obrigada e até mais!

Postado 21/06/18 16:17

As peripécias humanas são tão complexas. É infeliz como nós nos perdemos na rotina, nos afogamos com o que nos mata e simplesmente agimos como se tudo estivesse bem. Me vi na essência deste eu-poético tão profundo, que derrama sobre o leitor um lirismo excêntrico, quase palpável.

A estrutura cresce, conforme a necessidade de se expressar do eu-poético aumenta. A força da última estrofe, tanto de num ponto de vista poético, quanto do fonético (o incessante bater da consoante r), trazem à tona o ápice de toda narrativa, concluindo através do questionamento do último verso, o fechamento sublime para tal empreitada.

A carga sentimental aflora duarnte as estrofes bem construídas e deixam resquícios de uma leitura inesquecível ao leitor. Meus parabéns, Joy!

P.S.: espero que volte para ficar! Muito bom tê-la conosco.

Postado 11/11/18 23:49

QUE SEJA PARA FICAR! Pois esta obra me mastigue por completo, cada sentimento tão grande e perturbador... Essa realidade sufocante, esse tenta e tentar eterno... Incrivelmente real. Tanto que chega a arrepiar.

Obrigada por postar! É nebulosamente intenso, triste, rotineiro...

Postado 11/01/19 01:40

Obrigada <3

*bem atrasado q*