Convivemos eu e meus poemas.
Em casa, os moradores são apenas moradores.
Alguns problemas estão sobre à estante,
outros aglomeram-se pelo sofá.
Os novos sempre escorrem da bolsa.
E assim que cheguei em casa, escaparam.
Foi na minha pressa do alívio imediado e fugaz do banho.
São deixados à estante, assim que eu chego em casa,
meus problemas, ao lado dos meus poemas.
Eu e meus poemas estamos convivendo.
Na passagem de um pensamento a outros,
descubro meu erro, meu amante, minha autorreflexão, minha ilusão.
Cogito mexer na bolsa.
Os papéis da minha vida se envolvem em um grande bolo mal organizado.
Um último problema escapole a bolsa, é o prazo.
Esqueço tudo, finjo medo e sono nos lençóis,
confabulo algumas histórias.
Convivemos eu e meus poemas.