Esta data importante
Será uma noite especial...
Vou sair com o meu par.
Vamos à um teatro
Assistir a um recital:
Vamos vestidos para matar.
E realmente matamos!
Satã, como ela fica exuberante
Em meio a toda essa carnificina!
A nenhuma vida poupamos
Que um massacre impressionante,
Digno de nossa MaLícia!
O sangue inunda o recinto
Assim como o desespero
De quem tenta sobreviver.
O que eu acho mais lindo?
Meu affair e seu combo perfeito
De beleza, malevolência e poder!
Findado o extermínio,
A abertura do teto aciono;
A Lua cheia reina do alto.
Repleto de sincero fascínio,
À minha Imperatriz das Trevas proponho
Que sigamos até o palco:
Sob a luz do luar
Diante de uma plateia morta,
(Por ela e por mim)
Eu a convido para dançar
E ela aceita a proposta
Com um sorriso carmesim.
Eu a puxo pela mão
Devagar e com decoro:
Sou um Demônio cavalheiro.
Ela, tomada pela emoção,
Se aconchega em meu corpo
Entregando-se por inteiro.
Uma música clássica
De sombria entonação
Logo se faz ouvir
E como em um passe de mágica,
Os mortos do salão
Começam a se consumir
Em chamas escarlates
Ao toque da luz lunar
Em suas carcaças.
Dançamos sem alarde,
Um belo e sinistro bailar
Entre o fogo sem fumaça
Tomando os cadáveres,
Tal qual os sentimentos
Que nos tomam o coração...
O Inferno nos aplaude
Quando entre movimentos
Surge um beijo no auge da canção.
O fogo se intensifica
Por fora e muito mais por dentro
Mas, prosseguimos o bailar.
O sangue derramado brilha
Conforme as chamas vão crescendo
E tomam conta do lugar...
Ao contrário do fogaréu,
A música vai acabando
E os mortos viram cinzas
Que lentamente ganham o céu...
E como um show de fogos profano,
Deixam tudo mais bizarro e belo ainda.
Por fim, a tomo nos braços
E as chamas devastam o local
Enquanto nos beijamos sem parar
Até que nada sobre do teatro
Exceto um incólume e extasiado casal
Sob a luz do luar...