As atividades da manhã foram tão vazias quanto sempre. Reunimo-nos para rezar na capela, como é recomendado. Fui a última a chegar desta vez, coisa que raramente acontece. Catherine, Léa e Isabelle já estavam em seus lugares. Perguntaram-me se havia passado a noite bem e eu… eu simplesmente não soube o que responder. Escrevi aqui sobre ter bons sonhos noite passada, não é mesmo? Ou ao menos os esperava… Mas é engraçado: não lembro de nada. Foi uma noite vazia. Fui para o nada e depois voltei. Geralmente sonho com coisas inúteis, com coisas cotidianas (minha imaginação deve ser tão nula quanto meus conhecimentos e ideias, afinal), e quase sempre me lembro daquilo que sonhei por algumas horas depois que acordo… como se fosse alguma espécie de castigo continuar a inutilidade dos meus dias também em minhas noites. Mas não dessa vez.
Enfim… não que tenha importância. Simplesmente dormir e apagar, não viver por quaisquer horas me parece bom o suficiente. Eu acho.
As garotas estavam bem. Nós sussurramos bastante sobre o que fizemos ontem. Nada aconteceu com nenhuma (e Isabelle pareceu surpreendentemente decepcionada com isso). Elas parecem todas muito animadas para repetir nosso pequeno “ritual” hoje mais tarde se possível, assim que pudermos estar sozinhas.
Fico pensando se isso não é uma desculpa de Catherine para nos convencer a participar de suas “recreações”. Ela sempre quis que nos beijássemos, sempre nos disse que queria que nós experimentássemos o que ela já havia experimentado fora daqui, tanto com homens quanto com mulheres… Ela certamente possui mais experiência que nós, e acha que não sabemos ou fizemos absolutamente nada.
Pois bem, talvez com Isabelle e Léa seja assim. Comigo, por outro lado, por mais que minha mãe tenha tentado me deixar afundada na ignorância por mais de dezoito anos…
Mas chega… estou cansada agora. Tenho coisas para fazer antes da próxima refeição. É melhor que deixe tudo pronto para que as madres não comecem com seus discursos insuportáveis.