Fechei os olhos, estava escuro, negro como a noite, se bem que...estava a noite mesmo.
Eu estava tão aturdida que não sabia mais o que era, quem era, quem eu me tornei? Onde estou?
Os olhos ardem, odeio quando eles ardem, me lembra dos dias ruins....
O ranger de dentes não para, chega a doer, é engraçado e triste, tentei rir mas a cara se distorceu em uma carranca monstruosa enquanto sentia a água salgada beirar minha boca, gosto do mar....que familiar.
Foi aí que explodi.
Não pude gritar para não alarmar ninguém, mas o grito que soltei em meu coração, destruiu tudo que ali estava, como se eu me incendiasse, senti a pele arder junto com todo o resto, bati a cabeça contra a parede sólida em busca de alguma dor física superior a dor que meu grito causava dentro de mim.
Amanhã acordaria com a cabeça dolorida sem dúvida.
De todos meus gritos de raiva, tristeza ou agonia.
Esse foi o maior grito que dei em toda minha vida.