as minhas maneiras de amar
nunca foram um mar de rosas,
talvez porque eu nunca tenha sentido
as borboletas no estômago
que anunciam a chegada do amor.
o meu amar consiste no medo
de ser deixada inteiramente quebrada
pelas minhas mágoas que nunca foram superadas.
as minhas maneiras de amar
não são convencionais,
porque eu vou gostar da bagunça que você é
na esperança de você aceitar
a tristeza que eu posso ser.
a minha aceitação sem filtro
deriva da minha insegurança
em não ser alguém considerada fácil de amar.
as minhas maneiras de amar
são tão profundas quanto o mar
e sei que isso pode incomodar,
sufocar
e matar.
a minha profundidade
sempre foi vista como um copo de água
vazio.
as minhas maneiras de amar
não foram encontradas em um livro de romance,
mas sim nos gritos, nas chantagens
e nas pequenas violências
cometidas contra o corpo e o coração.
o meu amor é uma forma de agressão,
porque eu não aprendi a ser amada
de outra forma.
as minhas maneiras de amar
são tão dolorosas
que te fariam chorar
pétalas de rosas mortas
que nunca chegaram a florescer.
a minha concepção de amor
sempre foi a dor
que nunca para de sangrar.
as minhas maneiras de amar
talvez nunca consigam te alcançar,
porque sou constantemente afogada
por mim mesma
e por aqueles que insistiram em me magoar.
o meu amor nunca vai ser seu,
porque você é amor de verdade
e eu sou mero misticismo.