O Massacre da Imperatriz (Em Andamento)
True Diablair
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Tipo: Romance ou Novela
Postado: 15/06/22 20:44
Editado: 12/12/22 18:33
Qtd. de Capítulos: 5
Cap. Postado: 18/09/22 00:45
Cap. Editado: 18/09/22 07:16
Avaliação: 9.33
Tempo de Leitura: 11min a 15min
Apreciadores: 3
Comentários: 2
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Palavras: 1800
[Texto Divulgado] ""
Não recomendado para menores de dezoito anos
O Massacre da Imperatriz
Notas de Cabeçalho

ATENÇÃO

ESTA OBRA DEVERIA SER CATEGORIZADA COMO 60+ POIS É HEDIONDAMENTE EXPLÍCITA EM SUA ABORDAGEM AOS TEMAS PROPOSTOS. LEIA POR SUA PRÓPRIA CONTA E RISCO.

VOCÊ FOI AVISADO(A).

Saudações.

Este capítulo e o próximo seriam um só, mas ficaria algo imenso novamente e, para evitar tal coisa, assim como preciso de certos dados atualizados da obra que originou esta daqui, decidi repartir em dois.

Talvez eu adote essa linha de capítulos mais curtos futuramente, desde que isso não comprometa a narrativa/qualidade da obra, evidentemente.

Não espere nada de mais com esta postagem, no entanto. Comparada às anteriores, é um passeio no bosque. A famigerada calmaria, se preferir.

Sem mais, tenha uma excelente leitura!

Música Tema: Darkness Below

https://youtu.be/P5dLu9ScRM0

Ato III Questão de Tempo

Havia se passado pouco mais de sete anos desde o bizarro encontro entre a infante Flávia, o pertutbado(r) Diablair e o excêntrico Óasis na Floresta da Decomposição. Durante quase seis anos, a menina recebeu um intensivo tratamento mágico para reverter os danos físicos e espirituais causados pelo malefício feérico que lhe lançaram, tudo sendo preparado e ministrado pessoal e disfarçadamente por seu cuidador durante as refeições e o sono da menina (seus alimentos e lençóis eram ritualisticamente preparados para exercer o extenso e delicado processo restaurador necessário). Tudo isso foi feito em segredo e quando a criança tinha alguma dificuldade motora a mais ou algo do tipo (especialmente quando se tratava de invocar suas facas e/ou executar as atividades ministradas pelo Líder Infernal nos treinamentos), tudo era relegado à sua falta de prática, convertendo-a em uma estudante muito aplicada ao longo do tempo.

Desde o primeiro dia na Mansão Infernal, Flávia tratou de chamar seu anfitrião de 'Tio Diab" e aos poucos ambos foram se habituando um ao outro, resultando em um convívio inusitadamente familiar com alguns ocasionais interpéries*. Todavia, tudo mudou para pior após o incidente com um ser vampírico**: a partir dali, a jovem de cabelos azuis se tornou demasiadamente rebelde, agressiva e beliciosa, o que obrigou ao soberano Iníquo a direcionar as energias dela contra algumas espécies monstruosas particularmente problemáticas nas cercanias da Mansão Infernal na tentativa de abrandar um pouco os ímpetos destrutivos e homicidas dela, que estavam lenta e progressivamente caminhando para o descontrole. E foi nesta época deveras conturbada da jovial Imperatriz, cerca de seis meses depois do advento com a escória vampírica, que Óasis e Diablair tornaram a se encontrar.

Naquela madrugada em específico, Flávia estava dormindo pesadamente devido à exaustão: tivera uma luta demorada e complicada contra um trio de criaturas aladas enormes e robustas, cada uma com uma habilidade ofensiva diferente. Isso garantiu que o seu anfitrião e o recém chegado tivesse toda a privacidade e segurança para debater o longo assunto que tinham a tratar em uma câmara subterrânea secreta da Mansão Infernal. O lugar consistia em um amplo cômodo feito com blocos de magma demoníaco solidificado nas águas sanguíneas do Rio Arterial, assegurando assim sua rigidez e revestimento acústico. Lamparinas de aço negro contendo pedaços de almas em eterna combustão providenciavam toda a iluminação necessária, embora esta tivesse uma coloração peculiar que mesclava o alaranjado de chamas com o leve amarelo do enxofre que inundava os resquícios espirituais ardendo ali. Por fim, algumas poucas, todavia requintadas peças de mobília de madeira oscura e tapeçaria Necrus deixavam o local um pouco menos opressivo, juntamente com alguns alimentos e bebidas previamente dispostas sobre a mesa hexagonal.

O relatório do analista sobrenatural foi extenso e detalhado, durando boas horas e quanto mais o homem de distintas vestes escuras ouvia, menos parecia satisfeito com o que lhe era dito. Entretanto, ouviu pacientemente sem quase fazer quaisquer interrupções. Quando seu subalterno concluiu o compartilhamento de informações e se calou, sentia o descontentamento do Lorde Infernal de maneira praticamente palpável no ar. Não que aquilo fosse algo inesperado: tinha plena consciência de que algumas coisas não saíram da forma que ambos planejaram a princípio. Todavia, também não era como se tudo tivesse sido arruinado, então ele estava em paz consigo mesmo e há tempos preparou-se para tal reação de seu regente.

- Sete anos desde que nos vimos pela última vez, Óasis... Sete longos e excruciantes anos... - exclamou Diablair com nítido cansaço na voz enquanto pegava uma garrafa da bebida mais forte e a entornava em ruidosos goles até que o forte conteúdo desaparecesse por entre seus lábios grossos e ressecados. - E eu até gostaria de dizer que você fez uma excelente missão, mas após tudo o que me contou, soaria como mentira.

A peculiar criatura engoliu seco sem, no entanto, deixar de encarar seu regente com firmeza. Seu olhar se estreitou na medida em que sua face adquiria uma expressão ainda mais severa do que a que possuía ao iniciar seu longo relato quando se sentou naquela cadeira perante o Líder Infernal. Após um momento de silêncio que só fez a tensão no ambiente se elevar, Óasis imitou o homem de pele morena e porte físico um tanto avantajado, pegando uma garrafa idêntica e a vertendo todo líquido garganta adentro em poucos goles. Na medida em que sentia seu peito se aquecer levemente com a mistura etílica ingerida, seu olhar minuncioso lhe revelava que as coisas não vinham andando nada bem para o regente: havia momentos em que sua aura vital se mostrava maculada por uma malevolência imensa, hedionda e mal contida; vez ou outra havia um brilho sutil, todavia absolutamente maligno nas íris castanhas dele, assim como mudanças na entonação de sua voz denunciando uma anormalidade. Ademais, lhe era evidente que havia um imenso desgaste físico e energético acumulado pelo homem negro, como se o mesmo tivesse sido submetido a repetidas sessões de tortura física e psicológica.

Desde aquela noite na Floresta da Decomposição, ele sabia muito bem o que estava acontecendo. Todavia, aquilo estava completamente fora de sua alçada e, de algum modo que lhe escapava e por um tênue fio, parecia que a situação finalmente estava sob controle o suficiente há um bom tempo para impedir que algum desastre ocorresse. Com isso em mente e principalmente no âmago por conta da certeza que seus olhos lhe concediam (mesmo que não tivesse de fato utilizado seus poderes ópticos de análise; era quase como uma espécie de leitura baseada em empatia, instinto e experiência) manteve a compostura e enfim lhe dirigiu a palavra:

- Mesmo considerando todas as circunstâncias desde aquela noite até agora para nós dois? - rebateu o analista com certa rispidez, espatifando a garrafa vazia entre seus dedos em claro e surpreendentemente ousado sinal de descontentamento com as palavras de seu soberano. - Ademais, mesmo com todos os contratempos, obedeço as suas ordens até hoje. E assim o farei até que me convença de que falhei ou que eu morra. Espero que isto lhe seja o bastante, Fim de Lúcifer.

Diablair sorriu com uma estranha satisfação, pois a atitude de seu súdito lhe irritou e o agradou na mesma medida. Estava de fato impressionado com o que via, embora isso também o deixasse um tanto incômodo. Mas, sobretudo, havia uma verdade inegável na conjectura de Óasis: o Líder Infernal não poderia de forma alguma exigir a mais perfeita execução de seu plano sendo que as variáveis foram completamente contra seu subalterno, que fez o melhor que pôde para cumprir com a sua obrigação. Vencido, o homem negro emitiu um grunhido e maneou a cabeça positivamente, encerrando o assunto. Um debate acalorado sobre o tema, além de ser algo imerecido para com seu vassalo e inútil para a presente situação, teria péssimos e desnecessários resultados, especialmente para si mesmo.

- E quanto aquele outro problema? - indagou Óasis, suavizando um pouco o tom de voz enquanto apanhava uma fruta estranha que se assemelhava ao coração de algum animal. - Confesso que desde que me dei conta do que lhe há a mais, não consigo deixar de pensar... No pesadelo e no inferno que deve ser... - terminou a frase abocanhando o exótico alimento, gerando um som ligeiramente esquisito conforme seus dentes retalhavam aquela adoçicada polpa escarlate.

- Nestes sete anos meu Mestre/Irmão e eu temos buscado alternativas, mas... - Diablair apanhou um talher de prata e olhava para seu próprio punho conforme lentamente exercia pressão sobre o objeto metálico, gerando deformações e rachaduras no mesmo. - Tal qual esta faca, até bem pouco tempo atrás tudo esteve se retorcendo e destroçando por mais que houvesse resistência. Todavia... - o homem careca parou de espremer o metal, se permitindo um sorriso singelo, quase imperceptível.

- Presumo que enfim encontraram uma solução. - arriscou o ouvinte, verdadeiramente entusiasmado com a possibilidade de estar certo.

- Mais ou menos. Está em fase de testes, contudo os resultados tem sido promissores. E por isso mesmo lhe convoquei esta madrugada, pois anteriormente não teria o autocontrole e nem mesmo a disposição necessária para tal. - explicou o Líder Infenal, largando o talher amassado e trincado sobre a mesa e apanhando algo no bolso interno de seu manto. - Óasis, quero que pegue este mapa e parta imediatamente para o local indicado. Uma vez lá, retire uma encomenda muito preciosa para mim com uma artíficie ermitã que vive na região. Depois volte o quanto antes e me aguarde aqui nesta câmara.

A peculiar criatura consumia vorazmente o fruto enquanto ouvia seu soberano falar; já considerando o que sua partida iria significar, imediatamente pensou na jovem Flávia e sentiu um leve aperto no peito. Ela estava passando por uma fase bem complicada e isso lhe incomodava muito, de um modo ou de outro ter tido um contato tão profundo com ela mexeu com ele, não era nenhuma novidade que ele se importava muito com ela. Todavia, o tom de voz de Diablair denotava a prioridade que tal ordem tinha e como ele tinha que cumprir com o que combinaram muitos anos atrás, então ele se limitou a balançar suave e verticalmente a cabeça, erguendo-se vagarosamente do assento amadeirado. Olhou o mais profundamente que pôde nos olhos de Diablair enquanto estendia a mão para apanhar o papiro enrolado, respirando fundo e expirando devagar.

- Apenas se lembre e considere tudo o que lhe contei. - exclamou por fim com um tom de voz cheio de respeito e confiança, recebendo um "certamente" em resposta. - Voltarei o mais rápido que puder, tem minha palavra. - concluiu então Óasis ao segurar o mapa em suas mãos e partir, deixando o senhor daquelas terras sombrias e a protegida dele para trás enquanto desaparecia pelos corredores escuros do subterrâneo da Mansão Infernal com todo o pesar do Inferno retumbando em seu íntimo.

O Lider Infernal permaneceu quase noventa minutos no local após a partida de seu súdito, ponderando cuidadosamente quais seriam seus próximos passos. Mas, mediante aos esforços de servo cuja existência era completamente desconhecida aos seus demais habitantes da Dimensão Infernal, de seu Mestre/Irmão Pablo e do seu próprio, pela primeira vez em muito tempo se permitiu nutrir alguma esperança, a despeito de todo o suplício e imprevistos envolvidos. Quase como uma resposta contrária do Destino, sentiu um mal estar tremendo lhe acometer por alguns minutos. Rangindo os dentes, esperou até que se sentisse melhor antes de decidir que era hora de ir também.

- Muito bem... Agora vamos à você, Imperatriz do Massacre. - exclamou Diablair seriamente para si mesmo enquanto se levantava da cadeira rumo à outra passagem oculta. - Irei me certificar que você está pronta para fazer valer sua famigerada alcunha.

Conforme caminhava resoluto para a saída, sequer percebeu que, por menos de um segundo, seu olhar reluziu ameaçadoramente em um tom amarelado enquanto um sorriso medonho surgiu e sumiu com a mesma rapidez com a qual ele abandonava a câmara secreta...

❖❖❖
Notas de Rodapé

* Para mais detalhes, vide capítulos iniciais da obra No Princípio, da Srta Yvi.

** Novamente, para mais detalhes vide sexto capítulo em diante da obra No Princípio, da Srta Yvi.

Agora sim: Obra em Hiatus até a atualização de No Princípio.

Apreciadores (3)
Comentários (2)
Comentário Favorito
Postado 18/09/22 21:29

Eu estou ficando com muito medo já. Sabe quando as vozes dizem que a coisa só vai piorar de agora para frente? Então, as vozes já estão gritando, puxando os cabelos e mandando fugir. Adorooo!

Tenho leves suspeitas sobre o que vem no próximo capítulo, mas vou respirar fundo e esperar quietinha........ MENTIRA1 Tem como não! Cuida logo! Se o problema for NP, postei dois capítulos hoje u_u

Cara, nada me tira de cabeça que o Óasis tem vontade de sequestrar a Imperatriz e tacar ela num potinho. Ele tem cara desse povo maluco que gosta de idolatrar coisas. Sei lá! Muito suspeito e fofinho! Gostei dele (sinto que não vou continuar com essa opinião por muito tempo, mas... vida que segue)

Eu, o moço da jaula e mais um monte de gente, espera ansiosamente a continuação - que claramente vem antes de 2025, amém!

Parabéns, tio Diab!!

Postado 19/09/22 08:33 Editado 19/09/22 08:56

Bom, se tratando da singela reputação do autor e da premissa da obra, só posso dizer que as vozes tendem a ter razão. Ouso afirmar que talvez até fiquem sem cordas vocais na reta final desta jornada...

Acerca da atualiazação de nossas obras, fico extremamente satisfeito e empolgado que a senhorita tenha feito sua parte (inclusive prometo reler uma vez mais e comentar tudo ainda esta semana), todavia devo alertar que ainda preciso de algumas informações que possivelmente se encontrarão no capítulo posterior, então... Não, teremos quarto capítulo ainda, perdão.

Pobre Óasis... Ele literalmente botou os olhos na pequenina Imperatriz, para o bem e/ou para o mal de ambos... Vejamos como os eventos envolvendo tão excêntrico personagem se desenrolam mais à frente...

Shahahahahah! Nunca tankarei esse "moço da jaula", melhor meme do ano! Shahahahahahah!

Muitíssimo obrigado pelo review tão positivo e divertido, Srta Yvi! Gratíssimo, gratíssimo!

Postado 10/10/22 00:19

E eu que li o capítulo e não comentei? Deuses... No entanto, aqui estou para relatar o quão deleitoso é me aventurar por essa narrativa.

Esse capítulo foi bem tranquilo comparado aos que virão. Foi quase como admirar a calmaria que antecede a tempestade. No entanto, ela é super necessária para localizar o leitor acerca de acontecimentos que envolvem os desenvolvimentos das personagens, assim como o tempo (uma faceta que esta autora simplesmente IGNORA em suas obras kkkkkkk).

Eu queria dizer MUITA coisa nesse comentário, porém o que acontece no PV, fica no PV... Deixo para a minha eu lá do futuro comentar acerca do que já está rolando.

Obrigada por compartilhar conosco mais um capítulo.

Parabéns, Diab ♥

Postado 11/11/23 20:48

E eu que demorei mais de um ano para responder o feedback da minha estimadíssima soBrina? Sem comentários... Mas sinceros agradecimentos, de todo o coração!

Gratíssimo, gratíssimo!

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