Big Bang
Giordano
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 05/08/16 16:40
Editado: 05/08/16 16:45
Gênero(s): Mistério
Avaliação: 9.3
Tempo de Leitura: 4min a 6min
Apreciadores: 10
Comentários: 7
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Palavras: 787
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Livre para todos os públicos
Capítulo Único Big Bang

Eis que aqui estamos! Apresento-vos o desinventar de tudo, acontece que até o distorcido e pessimamente enunciando conceito de presente nada, repito-vos, nada, existe!

Observem! Veem aquele ponto? Precisamente! Um ponto, algo de dimensões indefinidas, algo tão importunamente pequeno que se utiliza para demonstrar interseções entre “coisas”, algo que concretizou-se de modo a ser tão insignificante que, no auge de sua insignificância, fez-se como base para todas as tentativas possíveis de demonstrarmos algo possivelmente remoto próximo do que seria o dimensionamento do espaço-tempo.

Em alguma “localização” no sistema de coordenadas espaço-tempo ainda não pertencente ao universo a unidade básica que mensurará as expectativas temporais como conhecemos ainda não completou sua primeira unidade, talvez nem metade dela, mas como poderíamos saber disso? A luz ainda não chegou lá, o universo não deixou de expandir-se, de resfriar-se...

O ponto onde tudo se iniciou ainda reside lá, com um amontoado de infinitas partículas com uma, ainda, absurda densidade até para os mais compactos materiais existentes; enquanto ainda há pontos sem matéria e luz, dentro de nossa visibilidade para como o universo, podemos ver fatos ocorridos há sabe-se lá quanto tempo, ainda hoje, vemos estrelas surgirem em um piscar de olhos, a luz nunca viajou tão depressa e tão vagarosamente para as dimensões volumétricas que temos. Segundos atrás, uma nuvem de agregados iniciou-se, o que era, inicialmente, extremamente leve contendo alguns gases e poeira cósmica começa a desabar sobre si mesma dentro de uma porção monumental de vácuo, pela ação do campo gravitacional, poeira recai sobre poeira, não demora até que tenhamos um agregado “maciço”, alguns grupos rochosos se formam, gases são aprisionados sob pressão extrema dentro destes e então, os choques iniciam-se, no que aparenta ser uma total perda de energia, partículas colidem em velocidades além do imaginável, com efeitos catastróficos, por assim dizer, em seu íntimo, núcleos de átomos são destroçados, a brutalidade das colisões é imensa, o que parecia apenas ser um uso fútil de energia demonstra, na realidade, ser uma íntima reestruturação de toda a matéria. Ao ponto que as partículas perdem velocidade e destroçam-se em pedaços cada vez menores vai surgindo uma espécie de acúmulo de infinitas unidades básicas que só aparentam concentrar-se, logo, a inumerável quantidade de pontos forma uma grande bola de irradiação, algo tão elementar, mas de uma forma tão densa que faz com que a operação anterior se repita, mas desta vez, de maneira amena de modo tal que, no final, os compostos rochosos sobrevivem e ao invés desintegrarem em unidades básicas, juntam-se com certa diversidade de poeira e gases que dá uma propriedade diferente do que se criou anteriormente; os novos astros possuem baixa densidade se comparado às bolas densas e, graças às deformações que a matéria denota ao espaço-tempo, orbitam graciosamente presas eternamente a estas, tais criações do universo, chamamos de planetas e estrelas.

Infelizmente, nem tudo que é belo pode durar e as luzes que cá chegam um dia brilharão mais forte antes de se extinguir, assim como criadas foram, destruídas serão, e por dentro daquelas estrelas que colidiram até começarem a existir, incessantes colisões há e estas, bem, elas realizam o estrago por si só; no afazer de recriar unidades básicas da matéria as estrelas se desgastam e antes que possamos perceber (sim, algumas sequer sabemos que existem quanto mais que se extinguiram) sumiram, numa implosão de massa de proporções indescritíveis (bem, creio que já tenham entendido a que proporções), tudo que era massa e energia desaba, excluindo o núcleo da estrela, toda matéria é expulsa desta (uma supernova,assim é denominado o acontecimento) chegando a brilhar tanto quanto uma galáxia pode, sozinha, a estrela aparenta ser imbatível até que, não suportando o impacto de sua implosão, a imensa nuvem eletrônica sofre um impacto, imensamente desproporcional com tudo que possa haver, com o núcleo; dizemos, neste caso, que a estrela colapsou sobre si mesma e quando a pressão é tão fortemente intensa que sequer os nêutrons conseguem suportar, uma singularidade do espaço-tempo surge, a morte para tudo que “é”, eis que surge a aversão à existência, segundo a tudo cria-se um buraco negro, o ultimato do universo para com sua estruturação dimensional, quando a energia liberada é tão incontestavelmente superior a tudo, as paredes do universo abrem-se, e superando a velocidade da luz, a velocidade de escape do buraco negro vence tudo e todos que põe-se em seu caminho, é o fim, só pode ser o fim...

Mas quem realmente se importa com isso tudo? Em algum lugar que, ironicamente, ainda não há, "tudo isso" foi só um segundo atrás...

Então, não queria que fosse assim, mas você entende, né? Espero que isso não mude nada entre nós...

Sim, é claro, entendo... – engulo a seco – só amigos, é claro.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Para quem chegou até aqui, meus mais sinceros agradecimentos pela leitura! ^^

Apreciadores (10)
Comentários (7)
Comentário Favorito
Postado 15/08/16 20:19

(Isso está muito longo, eu basicamente escrevi um texto em resposta a outro texto, sorry ;-;)

Desisto de escrever algo decente e bonitinho. Eu fiz um milhão de rascunhos para um comentário, e nenhum deles expressa exatamente o que quero falar. Não sei quantas vezes abri essa estória, lendo, relendo, entendendo, interpretando, com o dicionário na outra guia e Google em uma terceira, cansada, interessada, e tudo que posso pensar é: acho que minha mente sofreu seu próprio Big Bang.

O que exatamente é esse texto? É de um ser humano, possui sentimentos humanos e idioma humano? Como um ser, exclusive sua origem, é capaz de penetrar tão fundo nas emoções e recriar o momento em que o tempo para por conta da realização de sentimentos não-correspondidos? Como uma pessoa consegue ter essa... essa "sacada" de ligar astronomia e algo tão corriqueiro quanto a popularmente conhecida "friendzone"? Não entra na minha cabeça simples e humana.

(Após ler, e tendo em vista o que se passa no final:) Logo no primeiro parágrafo dá para sentir a necessidade de dar leveza a algo sério. "Desinventar" é um belo neologismo, e aliado ao "nada" cuja explicação é proposta pelo narrador, faz-nos pensar no que virá pela frente; uma introdução intrigante. E depois têm-se esses parágrafos monstruosos, não sei quantas linhas e apenas benditos TRÊS períodos. Apenas. Três. É maldade com os seres humanos.

Ao fim, quem se importa mesmo? Toda a ação da explosão aconteceu tanto há bilhões de anos quanto no subconsciente da pessoa que foi rejeitada. Ninguém sabe o que se passa em nossas mentes, e, portanto, não há como uma emoção tão escondida ficar à tona para que outros olhem e se preocupem.

Se o Universo foi desinventado, então esse narrador precisa conhecer novas pessoas. Larguemos de pensamentos e vamos ver as estrelas cadentes. Você elevou quebra de expectativa a outro nível, descrição com termos técnicos que surpreendentemente se mostraram entendíveis e uma coesão incrível... Estou começando a aderir à ideia da minha profª e acreditar que extraterrestres existem.

Porque o que você fez com esse texto,para mim, está externo à Terra. Transcendental. Não sei como tu consegue surpreender a cada texto que posta, é algo único. Parabéns, pessoa única!

(Insira aqui uma despedida, porque eu não consigo mais pensar em nada./ Esse comentário está tão imenso quanto o 4º parágrafo./ Ademais, parabéns pelo texto [porque dizer “boa sorte no desafio” já está meio tarde xD] o/)

Postado 15/08/16 21:18

Eu queria começar dizendo que eu guardo dentre os alertas alguns comentários (alertas que eu nunca excluo) e este daqui, senhorita Thaíza, acabou de se juntar a eles.

Primeiro eu queria agredecer extremamente o carinho, achei sensacional você ter escrito tudo isso por causa do meu texto e me encho com toda felicidade possível por ter recebido.

Segundo que você não precisa se desculpar pelo tamanho, algo tão lindo e cheio de vida, tão animador não deve e não vai ter o tamanho como um ponto negativo, pelo contrário, cada palavrinha conseguiu me trazer mais e mais alegria, então o tamanho e a beleza do teu comentário é diretamente proporcional a minha gratidão por ter tirado um tempão para redigí-lo.

Mias um magnífico comentário que entra para minha coleção, meu muitíssimo obrigado! <3

Postado 05/08/16 17:03

Cara, que texto incrível! Você arrancou cada palavra minha, só posso dizer que amei e te parabenizar pela obra maravilhosa que aqui se encontra.

Boa sorte no desafio, Gio <3

Postado 05/08/16 17:16

Obrigado, serumaninho de óculos. ^^

Postado 06/08/16 15:54

Estou admirada com esse texto!

Como ele é incrível!

Ele bem trabalhado nas palavras

Faz com que a leitura se torne agradável

Tudo está perfeito nesse texto

Parabéns!

:)

Postado 06/08/16 16:06

Obrigado, Gabi! ^^Fico feliz que tenhas gostado.

Postado 06/08/16 23:20

Meu deus, que embolado de informações que eu não estava preparada para! Mas isso foi tãooo... woow.

Nem queria ganhar mesmo #chora

Postado 07/08/16 01:11

JuliChoroa u.u

Informação demais, deu um trabalhim pra pesquisar isso tudo, viu.

Postado 07/08/16 15:25

Mas ficou lindo. Valeu a pena <3

Postado 07/08/16 15:26

Valeu! ^^

Postado 07/08/16 16:56

Apenas... uau! Gostei dos primeiros três parágrafos, principalmente do primeiro. Gosto dessas reflexões sobre o universo.

Essa parte central, mais explicativa, foi meio confusa e cansativa (senti que as frases estavam muito longas, e acabou sendo muita informação x.x)

Mas esse final... nossa! Eu realmente não estava esperando por isso. Foi uma puta ideia! Faz todo o sentido. Um momento de tensão, em que um jovem sente o universo parar, e sua vida passar diante dos seus olhos. Pode parecer algo óbvio, mas quem teve essa sacada, além de você? Pois é.

Foi um texto que me deixou sem palavras, realmente!

Postado 07/08/16 17:23

Eu só imagino que esses dois parágrafos giga-enormes tenham ficado extremamente cansativos já que eu nem li kkkk

Quando terminei o quarto parágrafo eu fiquei meio indeciso, por uma parte queria parar a parte puramente explicativa e chegar ao fim para não cansar muito, por outro lado pensei que caso o texto não tivesse uma certa duração, uma menor ânsia pelo fim, poderia gerar um não tão grande impacto final, daí acabei decidindo por continuar e englobar o máximo que pudesse. Um problema que senti foi vocabulário, não achei muitas formas de diversificar e manter "simples" então provavelmente deve ter ficado bem enfadonho esses parágrafos centrais e para finalizar eu sequer reli o texto depois de acabar por estar extremamente desgastado kkk

Foi uma longa hora (ou mais) para pesquisar isso tudo, acabou que foi o máximo que deu para eu fazer dentro da minha ideia inicial.

(Após uma longa e extensa explicação desnecessária kkk)

Fico muito feliz que tenhas gostado de uma maneira geral e peço desculpas pelos parágrafos monstruosos, se eu não aguentava mais eles deve ter sido bem complicadozinho digerir tudo, no mais, meu mais sincero obrigado! ^^

Postado 08/08/16 10:32

Que aula, hein? Heheh. Tá muito bom. Chega a ser impressionante tudo que o cara sente por ser mantido na friendzone.

Parabéns, Giordano!

Postado 08/08/16 12:29

Valeu, Chico!

Pois é, friendzone é um saco shausahsahu

Postado 22/08/16 22:07

Professor Giordano marcando presença, parabéns cara, além de dar uma boa aula trouxe muita profundidade, e a legítima dor da temida friendzone, parabéns.