É como se eu me desligasse do mundo por meros segundos, e visse o que tem por trás. Semana passada fui preparar algo para comer e a janela perto do fogão estava aberta como de costume, dei uma breve olhada e percebi como meu quintal era verde e bonito visto daquele ângulo. O sol batendo suave entre as folhas das árvores, a brisa periódica que se instalava sempre naquele horário. Um calmante para os olhos. Desde que me lembro, olho para o sol da manhã que é sempre o mesmo : acolhedor e refrescante, mas então as horas passam e o sol começa a adquirir a personalidade dos dias. sempre que me deparo com o sol a pergunta vem a minha mente "qual o sol de hoje? ", eu não consigo explicar a diferença entre eles, é uma coisa mais interna, como se eu conversasse com o tempo. O sol de sábado é mais entendiante, parece que demora a acabar e ele começa vibrando pela manhã e vai se acalmando ao longo do dia. O sol de domingo nunca foi meu preferido, ele começa muito quente pela manhã e enquanto as horas passam ele ganha um aspecto queimado que me faz querer voltar para o sábado, e suas noites me assustam também. O sol da terça parece o da sexta, pois os dois são calmos e felizes, a única diferença são seus fins...O da sexta termina com uma promessa relaxante, e o de terça com o sutil estresse do sol de quarta. O da quinta é o meu preferido, é pleno, calmo e suave, e suas noites são explendidas. Como posso perceber esse detalhes inexistentes? não conheço outra pessoa que brinque de adivinhar o sol do dia como eu. nem eu mesma sei como faço isso, acho que o fato de me distrair muito facilmente com coisas normais me faz prestar atenção nessas coisas que ninguém nota, que ninguém da bola. o melhor momento é se deitar na grama as 16:00 de um sol de terça. você quase pode sentir a paz lhe dar um abraço, por você se permitir senti-la.