Escrevi-te com penas, lágrimas e dor
Escrevi-te por pena própria e inteso horror,
Por medo, angústia e raiva,
Por ódio, insegurança e lástima.
Escrevi por medo de perder-te,
Escrevi para demonstrar-te o amor
Que tive, mas não tiveste,
Amor que, apesar da minha infundada relutância,
Foi finado antes mesmo de haver começado.
Entendi, por tempos, o que é ser vazio,
Tive medo obscuro e senti-me vil,
Quis esquecer-te por deveras,
Não consegui, quem me dera.
Amei-te,
Ou pensei entender o que fosse amar,
E apesar dos intensos pesares
Continuo a fazê-lo
Independente de vontade
E qualquer outro fator que mensurares.
Escrevo-te no exato momento
Para que compreendas por definitivo
Que ao falar em sentimento,
Só tenho como intenção tornar claro
Que este comanda, pois sem ele,
Somos rasos.