Um direito inalienável ao ser humano
E, igualmente, o maior de qualquer dever
É o de após longa ou curta vida,
Inevitavelmente, morrer
E isto ao humano trás calafrios,
Por vezes o instigando a dar valor a vida,
Outras tratando como quem já sabia,
Alguns pensam em aproveitá-la com sabedoria,
Outros preferem esquecer do fato e viver dia a dia.
Pena ser tão difícil o aprendizado
E muito mais ainda, dizer o que é ser sábio.
Vive-se para cumprir um papel
Dado por si mesmo, ou para qualquer outro,
Cada um de nos aparenta ser o próprio réu,
Enquanto a vida, tendenciosa para o tempo,
Desgasta-se, às vezes lenta, às vezes, apenas, passa
E passa de um modo tão desigual,
Para quem ainda jovem, que anseia em ser crescido,
Passa lento, vagaroso, o tempo aparenta nem ter nascido,
Para quem já ciente de sua ações,
Que toma rumo da sua vida e se perde
Nas próprias decisões,
O tempo voa em todas direções
E quão mais o queremos inerte,
Ele passa, ainda mais perto de nós.
Para este tempo vil
Que a todos assombra
Trazendo a todos algum horror em particular,
Fazendo-nos viver entre o anseio por paz e a dor
Digo-lhe, que pouco me assustas,
Apesar de denotares o passado
E tornar todas nossas esperanças difusas,
Se um dia hei de morrer, irei
E se este um dia sombrio lhe parecer, parecerá
Neste dia,
Saiba que se morri, foi de amor,
Força outra alguma,
Que deturpe ou inutilize o tempo,
É capaz de nos fazer sonhar
E mesmo em nossas horas mais morimbundas
Esperar por tempos melhores
Em que horrores sejam destroçados
Pelo calor de quem, bem, nos acolhe.