E hoje a saudade fez questão de bater na porta do meu coração. Eu a atendi meio confusa sem saber o que fazer com uma convidada tão inesperada, mesmo assim não deixei de recebê-la e como uma boa anfitriã, eu a deixei entrar.
Não a pedi para que ficasse a vontade, porém como todo convidado indesejado ela fez questão de acomodar-se e dali não se retirar. O tempo foi se passando e a saudade passou de uma simples convidada indesejada para uma hóspede folgada. O espaço foi ficando pequeno, pois ela estava ocupando todo o coração e deixando-o cada vez mais apertado.
Conforme o tempo foi passando fui me acostumando tanto em tê-la por perto que nem ligava mais pra todo o incômodo que ela me causava e foi aí que resolvi ampliar os cômodos do coração. Após essa reforma, notei que a quantidade de convidados haviam aumentado, pois a Dona Saudade havia chamado as amigas lembranças para uma visita e eu não tinha condições para abrigar todas elas no coração porque o lugar das lembranças é na mente. Mesmo assim as deixei permanecer durante uma noite no coração que, por sua vez o seu estado estava precário, sim, a casa coração não suportava mais e se encontrava abalada em todas as suas estruturas. E mesmo com toda a casa cheia, algo faltava.
Digamos que a saudade não avisa quando vai chegar, ela simplesmente vem, ocupa espaços e você não tem como mandá-la embora por educação. Mas no meu coração tem um lugar vazio que a saudade não pode ocupar e só você é capaz de preencher esse lugar e mandar a folgada da saudade embora.