Eu olhava para você e você sorria.
Você olhava para mim e eu desviava o olhar.
Eu tenho certeza que isso lhe causa agonia,
Mas sua boca sem dentes me faz lamentar.
As noites sempre foram iluminadas com a luz do luar
Na cidade baixa, onde todos se encontravam para namorar.
Mas, naquela noite, de luzes oriundas somente de telas de celular,
Com você eu tive o (des)prazer de me encontrar.
Você estava quieta, sentada com suas seis amigas,
As quais eram lindas, gostosas e extremamente ricas,
E vestia uma calça justa e uma blusa que mostrava a barriga.
Sua aparente beleza e timidez me dizia que seu sexo era só siririca.
Acho que foi paixão e “paudurência” à primeira vista.
Meus instintos mais primitivos afirmavam que tinha que lhe conquistar.
Assim, como um ato de desespero, lhe convidei a ir à pista,
E nem me importei com sua estranha mania de dançar com o calcanhar.
Entre cada música, bebíamos conhaque em dose cavalar.
O álcool e a pouca luz, me fizeram por você me apaixonar,
E, novamente, num ato impulsivo, lhe convidei para vir ao meu lar,
Onde nos livraríamos de nossas roupas e vergonhas para copular.
Como selvagens, compartilhamos beijos e abraços
Os quais eram intensos, calorosos e me viravam ao contrário.
Vi que você tinha experiência maior que siririca pelos seus “amaços”,
E pelas coisas que eu nunca tinha visto nem mesmo em documentários.
Com certeza, nessa noite você me surpreendeu,
Mas foi de manhã, que o meu mundo estremeceu.
Deitada e virada pra mim, um baita susto você me deu
E meu miocárdio por alguns instantes faleceu.
Seu corpo, até o mais cego veria que era lindo,
Mas o que você tinha de mais surpreendente,
Infelizmente, não era a gula por pintos,
Mas sim a boca sem metade dos dentes.
Agora estamos aqui, deitados e entrelaçados numa mesma cama.
Você sorri e claramente quer dizer em plenos pulmões que me ama.
Eu sorrio e institivamente quero fugir de você, pobre dama,
E ir a um lugar cheio de mulheres belas, ir para onde minha alma clama.