Castelo de areia
Marco Schenatto
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 29/11/16 20:45
Editado: 29/11/16 20:59
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 2min a 3min
Apreciadores: 4
Comentários: 2
Total de Visualizações: 1163
Usuários que Visualizaram: 15
Palavras: 459
[Texto Divulgado] ""
Não recomendado para menores de dezesseis anos
Capítulo Único Castelo de areia

Na pré-escola a gente se divertia no parquinho juntos. Tínhamos uma brincadeira: eu era a princesa dos castelos de areia que ele fazia para mim. A gente corria como se o mundo estivesse acabando ao redor das gangorras, nos empurrávamos no balanço, escorregávamos de mãos dadas no escorregador, como se mesmo caindo ninguém jamais nos separaria. Um dia estávamos na casinha de madeira ao lado do parquinho, ele era meu marido e eu sua esposa, e os brinquedos espalhados pelo playground eram nossos filhos. Era perfeito sim, até uma outra garotinha, uma de olhos azuis e cabelos amarelos chegar e o tirar de mim.

No ensino fundamental eu mandava bilhetinhos para ele no meio da aula, e ele isolado em seu grupo de amigos os respondia com desenhos fofos de nós dois de mãos dadas. No recreio eu ficava ao lado da árvore o vendo ao lado do ginásio com seus amigos, a nossa timidez nos fazia distantes, ele me olhava de volta e eu corava. Era assim o nosso amor, olhares a distância, bilhetes trocados, desenhos de corações, nossos amigos nos empurrando daqui para lá, para eu tomar coragem e beijá-lo. Infelizmente, nossa querida professora pegou um de nossos bilhetinhos de amor e leu para toda a classe, ele estava com vergonha de mim. Nunca mais olhou para mim ao lado da árvore, nem desenhou ou trocou bilhetes na aula, os amigos dele não o empurravam mais para mim.

No ensino médio eu o enxergava praticar esportes, e o enxergava pelas redes sociais com seus amigos. Eu decidi ser amiga dele, uma amiga que o amava além de qualquer amizade, mas ainda sim amiga. Eu sentava atrás dele na escola, depois da aula comíamos cachorro quente e às vezes tomávamos café. Sempre que eu podia eu o abraçava, de brincadeira para ele mas de amor para mim. Lembro-me de um dia que ele dormiu na aula, eu aninhei minha cabeça com a dele e nunca me senti tão confortável. No ano novo ele até me beijou na bocheca. Um dia numa festa eu tinha bebido demais, tomei coragem e o procurei para beijá-lo, o encontrei com a mesma loira de olhos azuis de anos atrás.

Hoje mesmo o convidei para ir ao bar depois de nossa aula de anatomia na faculdade, tomamos uma caipirinha e ele foi ao banheiro. Coloquei droga em sua bebida. Antes mesmo de o efeito começar, dirigi até um lindo e estrelado campo, um lugar muito romântico perto da cidade, descemos do carro, nessa hora ele já não estava muito bem. Coloquei-o na grama, o despi e o usei da maneira que eu quis, estuprei-o ali mesmo, e ele nem reagiu. Percebi que não o amava, infelizmente enganei a mim mesma desde a pré-escola.

❖❖❖
Apreciadores (4)
Comentários (2)
Postado 30/11/16 10:08

Nossa! Não li os gêneros e me surpreendi demais ao final do conto! O.o

Tava lendo pensando: "que fofo", "que romântico", "onwww"...

Aí esse final... Muito bom hahaah! Boa sorte no desafio! :D

Postado 30/11/16 18:36

Obrigado pelo apoio, fico feliz que tenha gostado!

Postado 15/10/22 12:51

Cacete, terminar assim com o estupro e pá?

Jesus, foi um final surpreendente mesmo '-'

Outras obras de Marco Schenatto

Outras obras do gênero Erótico ou Adulto

Outras obras do gênero Romântico

Outras obras do gênero Suspense

Outras obras do gênero Terror ou Horror