o preço
o luxo
o custo
o apreço
eu mereço
é, eu mereço.
abro a janela e ouço as bocas dizerem;
CONSUMO!
olho para os céus e tudo o que eu vejo
é; chuva!
chuva essa que vai botar as mercadorias
no lixo como na enchente passada.
quando eu ouço mamãe reclamar
que não temos nada
e que ora toda noite pra que deus
mande um sinal
através do pastor,
eu fico bem quietinha,
ouvindo tudo, admirada.
hoje eu li um livro
do qual uma negra pobre,
sabia classificar a diferença;
do pobre branco e do pobre negro.
ela, como uma mulher muito sábia,
dizia assim;
a unica diferença entre o pobre branco
e o pobre negro, é que não há diferença
no fim, tudo se resume a cachaça.
mais é aquele ditado;
quando nada se tem,
tudo você quer comprar.
se você já tem
você precisa de mais
pra um dia não acabar.
só que neste exato momento
a fome tocou minha campainha
pedindo uma esmola,
mas mamãe sempre dizia;
nunca deixe entrar estranhos em nossa casa.
então,
sendo assim...
eu resolvi ir até o restaurante da esquina
e matar a fome de esmola capital que o estranho tinha.
e acho que no fim,
eu aprendi uma nova coisa;
nem tudo acaba em cachaça no final.