i heard you were looking like the moon
flashing but your dark parts on the other side of you
tem cheiro de papoula
o seu abraço
é terno como fatias de pão com margarina
o seu enlaço
são pétalas de bromélia caindo ao meu redor
o seu cheiro
é de papoula
e você me faz sentir como uma criança pequena
procurando um forte para me proteger
das sombras que assombram meus pensamentos
não peça desculpas
(por sentir demais ou de menos)
ouvi dizer que eu parecia a lua
eu mostrava um lado brilhante, mas depois me escondia
uma pena que eu não me acho digna dessa comparação
mas você diz para eu não dizer mais nada
só o que eu quero,
então...
eu queria me enterrar nos seus braços
no calor dos seus seios
seus dedos trançando meu cabelo
os pés se tocando, lábios na testa, olhos fechados
volto a procurar alguém nos corredores vazios
só resta eu no sofá
eu queria que meu nome fosse Valentina
mas que besteira
meu nome é minha fortaleza, seu nome é uma dádiva
a gente corre com as canetas pela parede
desenhando polígonos, segmentos e sorrisos
os círculos saem tortos, tão tortos,
até a lua teria vergonha
(abro um parêntese para o seu riso)
você perguntou se eu tinha vergonha do círculo
círculo entre aspas – é um ovo
como eu teria vergonha de algo que eu desenhei?
“então a lua não tem vergonha do círculo”
(abro um parêntese para os nossos risos)
ouvi dizer que você é o sol
e colore minhas crateras com luzes lindas e fotografias,
para eu ter coragem de expô-las
(isso poderia se chamar mutualismo,
mas o nome não é importante,
já o seu abraço é)