Se veio ler esse infame texto pensando em se tratar de algo abstrato sugiro que dê meia volta e procure outra coisa para ler. Sinceramente vim retratar um encontro importante que tive em um dia um tanto melancólico.
Era quinta feira, antecedia-se a sexta feira "Santa", cujo adjetivo não cabia mais a mim julgar. Tabletes de chocolate enfeitavam os quatro cantos da minha casa e só os meus dedos sabiam o quanto me segurava para não comer tudo aquilo sozinha.
Tive duas notícias que acabaram comigo em apenas um dia. Duas que se tratavam de pessoas bem próximas a mim. Duas que me fizeram chorar e orar questionando ao Pai porque elas sofriam se era eu quem fazia as besteiras na vida.
Depois de passar uma vergonha que se não fosse significativa seria alheia, fiz tudo que tinha que fazer e depois de um tempo me vi lavando a louça enquanto o chá ficava pronto. Após me sentir observada por algo/alguém, elevei meu olhar para o teto encontrando a Esperança.
Dizem os mais crentes que ela surge quando você mais precisa dela. Que é difícil tê-la, mas que quando feita raramente partia. Realmente, ela ficou parada, intacta e verde em minha presença. Suas asas brilhavam ao lado da luz, um certo conforto se fez presente na minha cozinha e Hallelujah tocava sutilmente ao fundo, fazendo o cenário mais calmo da minha vida.
Mas existe aquele ditado, tudo que é bom dura pouco. Nesse caso, uma batida de chinelo foi suficiente para vê-la cair morta no chão e naquele momento me fiz ser a culpada de matar a Esperança. Literalmente.