Estou forçando
Forçando
Forçando de novo meu rosto contra o travesseiro
(De novo)
E eu sinto cheiros
Eu ouço vozes
Dentes pedem
Arrancando a carne de meus dedos.
Meus ossos congelam,
Então a doce melodia da insanidade
Agora tem uma boa acústica
Dentro de minha caixa torácica
Que me envolve de fora para dentro.
Cada janela é escancarada
Fazendo-me conhecer sete ventos
Eles mandam minha respiração para longe.
Esvaindo-se vão as texturas por entre meus dedos
Revirando meus olhos,
Me elevando ao mais banal arsenal de ultrajes.
Cicatrizes empoeiradas reflorescem em minhas coxas
Os músculos de meus olhos
Lutam para conter cada lágrima
Escor
ren
do
Geladas em minhas bochechas
Quentes em minha garganta
Atiçando os nervos
Meu rosto tinge-se de escarlate
Por fim, cede a cada batalha.
Por que eu continuo me fantasiando de ser humano?
Neste baile medieval de aparências?
Por que eu continuo afundando?
Com um saco de pedras preso aos pés,
Aterrisso na mais vasta covardia oceânica.
Todo dia.