Luxo ao Pó (Em Andamento)
Belatity
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Tipo: Romance ou Novela
Postado: 24/05/17 16:39
Editado: 11/07/17 14:27
Gênero(s): Drama
Qtd. de Capítulos: 2
Cap. Postado: 14/06/17 00:06
Cap. Editado: 11/07/17 14:27
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 6min a 8min
Apreciadores: 1
Comentários: 1
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Palavras: 960
[Texto Divulgado] ""
Não recomendado para menores de doze anos
Luxo ao Pó
Capítulo 2 02

Liza

Antes mesmo do meu motorista dobrar a esquina da rua de casa, eu já havia escutado o barulho das sirenes. Só poderia ser o de sempre, algum espertinho tentando assaltar o condomínio.

Senti uma alfinetada no ventre, no umbigo para ser exata, esquecendo qualquer que fosse o problema. Fechei os olhos e curvei um pouco meu corpo para frente, apesar de passageira, havia sido muito desconfortável. Aquilo apenas aumentou minha enxaqueca. Com o semblante fechado, abri a bolsa a procura de alguma aspirina.

— Marcus, abaixe mais o som, por favor. — pedi, lançando dois comprimidos à boca, engolindo com a pouca saliva.

Marcus estava sempre disposto a cumprir meus pedidos, mas dessa vez isso não ocorreu.

— Senhora! — me chamou de uma forma diferente. Ele estava inquieto. Pela voz, sua garganta parecia mais seca do que a minha.

—Sim. — Olhei para frente.

Antes mesmo que meu motorista pudesse dizer uma palavra, encarei a cena que o vidro do carro me permitia assistir. Uma multidão se formava na entrada de minha casa. Havia duas viaturas ali e muito falatório.

Ele, então, parou o carro.

— Mas... o que será que aconteceu? — perguntei, perdida. Ninguém havia me avisado de nada.

Desci do carro um pouco tonta, me apertando em meio a multidão. Algumas pessoas me olhavam indiferente, outras balançavam a cabeça negativamente. Em meio aos rostos de curiosos, avistei uma de minhas funcionárias.

— Mara! Mara! — Alcancei seu ombro. Ela virou o corpo com o meu toque. Seu rosto estava pálido e aos prantos. — O que está acontecendo? Assaltaram a casa?

— Não! — respondeu, entre os soluços. — Ah, senhora! É a Evi. Estão prendendo a nossa menina.

— Q-que?? — Mara só poderia estar desequilibrada. Minha filha nunca teria motivos para ser presa.

Olhei para as escadas de entrada. Minhas pernas amoleceram. Evelin estava sendo praticamente arrastada por dois policiais.

— Me soltem! — ela berrou. — Eu não fiz nada! Aquilo não é meu! — Minha menina se debatia, chorando. — Meus pulsos! Meus pulsos estão doendo!

Me apavorei tentando passar.

— Tirem as mãos da minha filha!

Minha voz fez Evelin olhar para a minha direção.

— Mamãe! — Seus olhos verdes dilataram a procura de proteção.

Uma lembrança antiga dela, aos 6 anos, debruçada sobre o piano de casa por não conseguir tocá-lo, me invadiu. Seus olhos estavam como naquela tarde, me pedindo ajuda e proteção, pois a professora rígida iria chegar em poucas horas.

Balancei a cabeça para dissipar a lembrança boba, se comparada ao caos que se encontrava ali.

Tentei alcança-la, mas alguém me puxou pelo braço. Era Nando.

—O que houve? — Me agarrei em sua camisa. Seu olhar era de decepção.

— Vamos entrar, querida. Lá dentro conversaremos melhor.

— Não! — Evelin gritou. Um dos policiais a enfiava bruscamente na viatura.

— Ei! — Tentei caminhar, mas Fernando me impediu novamente. — Está machucando ela!

— Estão fazendo o trabalho deles, meu bem. Vem, vamos entrar.

Olhando o carro se distanciar, não sei se minha pressão subiu ou baixou. Tudo de repente escureceu.

Evelin

Será que foi um pesadelo? Será que ainda estou dormindo?

Minha visão estava embaçada e minha respiração um pouco lenta. Na verdade, tudo parecia em câmera lenta. Acho que apaguei.

Olhei ao redor e logo a imagem em minha frente começou a ficar nítida. Quem dirigia tinha pressa. Pelas janelas eu via apenas o nada. Ergui as mãos e ali estavam as algemas grudadas em meus pulsos, me dizendo que não era sonho. Minha respiração acelerou.

O pesadelo era real.

— Para onde estão me levando? — perguntei, já aos prantos novamente, sentindo uma ardência do canto da boca.

Foi então que senti o sangue seco. Lembrei do por que eu tinha apagado. Um tapa forte e certeiro para cessar minha voz.

Derick estava no carona, ele me olhou e logo sorriu, fazendo aquele bigode fino parecer ainda mais ridículo.

— Olha quem acordou! — o cara no volante disse, me olhando também. — Fica pianinho, princesa! Estamos quase chegando.

—Por favor, me levem de volta para casa!

Ninguém me respondeu.

— Droga! Essa hora não passa! — Derick reclamou, se ajeitando no banco. — Vamos ter que rodar por mais uma hora.

— Eu sei de algo que poderia fazer o tempo passar rapidinho. — Senti um calafrio com aquela frase. Olhei para o motorista e vi quando me mandou um beijo. — O que acha, princesa?

— Deixa a garota, Max!

Me encolhi atrás do seu banco, fugindo de seus olhos. Olhei para fora e vi alguns carros passando.

— Aqui! Socorro! — gritei, batendo no vidro. — Aqui!

— Já chega!

Um barulhinho me fez olhar para eles. Arregalei os olhos ao ver Derick me apontar uma arma.

— Não, não! Por favor!

— Chega de chororô! Ninguém aqui vai te tocar. Então cala a droga dessa boca. Pode fazer isso ou precisa de ajuda?

Me encolhi ainda mais, lutando fortemente para engolir o choro.

Eu não estava acreditando que Fernando teve coragem de fazer isso. Lembrei de suas palavras sobre a morte do meu pai. Como ele pode assassinar o homem de lhe deu uma oportunidade na vida? Como pode ser tão frio e ingrato?

Meu peito ardia ainda mais de saudade. Se meu pai estivesse aqui, nada disso estaria acontecendo.

Chorei amargamente em silêncio.

Tempos depois, o carro estacionou. Estava escuro demais para eu identificar onde estávamos.

— Saia! — Derick ordenou ao abrir a porta.

Senti minhas pernas um pouco dormentes. Não sei por quantas horas ficamos naquele carro, mas acredito ter sido muitas. Meu corpo estava todo dolorido.

— Bem-vinda ao lar! — Max bradou, segurando meu braço, me obrigando a caminhar. — Ah, e claro! Feliz aniversário. — Derick riu baixo, passando em nossa frente. Max continuou: — Você sabia que 18 aninhos é sinal de que já pode responder por seus atos? Olha, eu não sei o que você aprontou para o Cupper ficar tão zangado, mas de uma coisa eu não tenho dúvidas... você está bem encrencada.

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Apreciadores (1)
Comentários (1)
Postado 16/06/17 23:28

Sério! Eu estou começando a ter raiva de todo mundo! Liza, você é uma tapada! Pelo amor do sem or! Larga esse homem! Deixe de ser besta! Acorda criatura! AAAAH!

Vou ter um treco. x.x

Postado 11/07/17 13:53

Realmente, a Lisa precisa acordar. Ela está cega, migaaaaaa.

Kkkk Obrigada por tudooo

Logo mais... terceiro capítulo.

Bjus