Afogada
Julih
Tipo: Lírico
Postado: 11/07/17 16:28
Editado: 16/03/18 14:44
Gênero(s): Reflexivo
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 39seg a 53seg
Apreciadores: 5
Comentários: 5
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Palavras: 106
[Texto Divulgado] ""
Não recomendado para menores de dez anos
Capítulo Único Afogada

A água sobe dentro de mim

o tamanho seguro:

a cintura

já não mais pode ser vista.

A água não é suja,

não é limpa,

nem doce nem salgada

mas mesmo assim

me deixa entalada na garganta.

Minhas intenções

engoli todas elas

viraram água

e agora

me afogam.

Estou perdida

em um oceano invisível

que mora comigo.

Meu caos é onda,

minha confusão

é enrolada pelo caos

e joga de um lado para o outro:

estou me afogando sem saber.

O que eu deveria saber?

Deixei tanta água acumular

e esqueci

que não sei nadar.

Estou afogada

já sinto a água invadir meus pulmões:

a perdição.

❖❖❖
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Comentários (5)
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Postado 26/11/17 14:57

"Meu caos é onda,

minha confusão

é enrolada pelo caos

e joga de um lado para o outro:

estou me afogando sem saber."

Me faltam palavras para descrever o quanto gostei disso. É lindo, triste, intenso... tantas coisas ao mesmo tempo.

Parabéns!

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Postado 04/12/17 14:00

Obrigada <3

Postado 11/07/17 22:36

Isso quase me fez chorar, contudo nãoperde sua beleza.

Obrigado por me lembrar que em auto mar ninguém sabe nadar.

<3

Postado 12/07/17 22:05

Obrigada pelo comentário <3

Postado 11/07/17 22:36

Isso quase me fez chorar, contudo nãoperde sua beleza.

Obrigado por me lembrar que em auto mar ninguém sabe nadar.

<3

Postado 31/07/17 12:24

É muito triste o que foi retratado nesse poema...

Se afogar em si mesmo... é horrivel.

Tudo foi escrito com belas palavras bonitas, carregadas de pura melancolia...

Um lindíssimo poema!! <3

Postado 31/07/17 13:45

Muito obrigada! <3

Postado 11/12/17 01:49

Quem nunca se perdeu dentro do próprio caos? Quem nunca se afogou nas próprias lágrimas? Acho difícil encontrar um ser humano tão intocável e perfeito a este ponto, afinal, todos nós já provocamos feridas na nossa alma, seja por ou sem querer.

O eu-lírico expressa rapidamente as ideias e vomita em nós o sentimento de perdição que se aproxima, quando a água deixa de tocar somente os tornozelos. No mar dos sentimentos, não existe nadadores profissionais. Não importa o quanto tentemos impedir o iminente afogamento, a maré é forte e somos levados pela correnteza, até que o ar se torne rarefeito; até que a alma perca a vida.

A obra expressa a questão mais humana que temos: os conflitos eternos e internos com nossos próprios sentimentos. Ninguém é mestre na arte de sentir, por isso nos afogados em sentimentos demasiadamente intensos.

Parabéns por poetizar sobre o nosso eterno sucumbir aos sentimentos, mana ❤

Postado 09/02/18 10:41

QUE COMENTÁRIO LINDO, MANAAAA <3

Obrigada, obrigada <3