Meti-me a protestar contra mim mesmo;
vi-me diante de um espelho coberto em esterco,
urinando em minhas próprias pernas,
uma mão arranhando o mundo
e outra masturbando o que sobrou de mim.
Havia-me prometido algo melhor que isso.
Provei lentamente os segmentos anelados daquele verme gordo:
ele desceu pastoso em minha garganta
e estourou em meu esôfago.
Eu era tão inchado quando ele,
antes;
era tão orgulhoso
que poderia esmagar o mundo
com uma mera bolha infecionada das tantas em minhas tripas.
Minhas sementes brancas escorriam e matavam.
…
Plantei rosas de ferro
para poder me espetar,
banhar-me em seu veneno enferrujado.
Não existe uma parte de mim que não tenha sido violada por meus desejos;
quero ser limpo,
quero ser morto,
empalado em um roseiral de ferrugem
e vômito.
…
Deixei crescer as vinhas
que não eram mais de coisa nenhuma.
A única coisa que podei foi a mim,
enquanto me olhava,
enquanto me odiava,
enquanto pensava em como ainda poderia piorar.
Algumas coisas nunca mudam.