O medo de deixar de existir.
Scheffer
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 25/02/18 17:29
Editado: 08/07/19 20:18
Gênero(s): Reflexivo
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 2min a 3min
Apreciadores: 4
Comentários: 3
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Palavras: 397
[Texto Divulgado] "até mais tarde!" um ensaio sobre as teorias que surgem quando seu dia se transforma em meias madrugadas.
Livre para todos os públicos
Capítulo Único O medo de deixar de existir.

Acordamos atormentados com a possibilidades de simplesmente sumirmos do mapa. A ansiedade que desobstrui as fronteiras da sanidade percorre-nos todos os dias alertando-nos ininterruptamente do que virá, e sim, sabemos que virá. Mas, por que nos preocupamos tanto, e temos tanto medo de morrer, visto que a morte também faz parte da vida?

Não, não é coisa que nos acostumamos, ao menos não facilmente, nem ao menos conseguimos compreendê-la. Até por que acredito que não possuímos a capacidade suficiente para isso. Sobre as histórias? Que histórias? A do céu e o inferno, a das almas, dos Deuses e do Deus... bem, parece-me maneiras muito eficientes de amenizar o nosso mais profundo o temido sofrimento: o da saudade. A busca por quem sabe um dia rever quem mais amamos.

Todos iremos, mas por que é e sempre foi tão difícil? Seria uma cultura ocidental? Seria a minha falta de crença? Não sei dizer, mas almejo encontrar uma resposta. A dificuldade sempre esteve na dor de perder os outros, no fracasso de talvez não ter dado a atenção necessária, nos estados de ânimo que nem sempre nos permitem despedirmos de quem amamos com entusiasmo, na corrente que prende nossas palavras na garganta como forma de auto sabotagem.

O que é morrer? dormir? É não ter mais aquela voz interna que nos diz o que fazer depois que acordamos? É não sentir e nem respirar? E por que morremos? Por que vivemos? Por que existimos? Talvez, estejamos longe de encontrar uma resposta universal e a melhor estratégia ainda seja a resposta que cada um deve buscar ao longo de toda uma vida. Mesmo que a resposta mude a cada fração de tempo, mesmo que tudo pareça fazer e ao mesmo tempo não fazer sentido.

Autoconhecimento. Aprender a entender o seu corpo e a sua mente, seus estados de espírito, valorizar suas virtudes, rever seus erros, cultivar sentimentos puros. Lutar, lutar depois de descobrir o que lhe vale a pena, o que lhe traz alegrias, o que mantem você vivo. Não se acomodar, descobrir cada dia um mundo novo, uma busca nova pelo encontro das nossas várias formas de eu.

E por fim quem sabe, mesmo não encontrando resposta alguma, ter esperança, se colocar diante da vastidão do universo, da esbelta e magnifica natureza, dos sentimentos e momentos que movem o mundo, e acreditar que no fim, exista sim, um propósito.

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Apreciadores (4)
Comentários (3)
Postado 25/02/18 18:27 Editado 25/02/18 18:28

Esse texto é uma personificação de minhas inúmeras dúvidas. Apesar de aceitar a morte, porque, unicamente, vejo-a de um modo natural, de algo que precisa acontecer.

Eu penso que talvez nunca iremos descobrir o que acontece depois da morte ou o nosso significado para essa vida. Talvez os significados estejam além de nossa compreensão ou, simplesmente, não existe um motivo. Apenas acontece.

Eu acho que nós, humanos, sempre sentimos necessidade de entender e dar significado as coisas e é, por isso, que não gostamos de algo quando não a compreendemos.

A nossa vida pode ser apenas como ganhar em uma loteria, somos escolhidos aleatoriamente para existir, sem uma finalidade ou qualquer outra coisa.

Talvez tudo seja natural ou realizada á vontade de Deus ou mais de um deus, mas essa é uma resposta que podemos nunca descobrir.

Seu texto me fez refletir um tanto e com as suas perguntas, consegui adentrar na sua história.

Eu adorei o final do seu texto, quando coloca a esperança de existirmos por um propósito diante desse maravilhoso universo.

É realmente encantador isso.

Parabéns pelo seu texto!

Atenciosamente, Savoir.

Postado 02/03/18 12:23

Acho que esse texto define bem os devaneios que rodeiam os seres humanos.

Parabéns por essa obra incrível❤

Postado 27/03/18 14:26

Como diria Aurora "Eu não me lembro muito bem, mas sei que aconteceu silenciosamente... Tão silenciosamente. As palavras caindo pela janela, tudo de que eu me lembro é de uma calma silenciosa"

Essa música se chama "It happened quiet", algumas pessoas acham que fala sobre o amor, outras sobre um relacionamento abusivo e eu, acredito que ela fale sobre a morte.

Enquanto eu lia a sua reflexão, só pude cantarolar essa música em minha cabeça. Penso que todo mundo quer que aconteça calmo, sem dor, ou com uma dor que te adormece até não sentirmos mais nada, nosso medo, é de que doa, pois inconscientemente, pensamos que somos merecedores desta última sensação de vida: dor.

Eu gostaria muito que você ouvisse essa música, ela me inspira demais e penso que pode te inspirar também! Parabéns pelo conto, foi divino!