Pessoas corriam em pânico, de maneira descontrolada pelo meio da rua, ignorando completamente a chance de serem atropeladas.
Uma criatura horrenda cuspia ossos banhado em sangue. Tinha quase um metro e noventa pele enegrecida, garras e presas trituradoras, mas ainda, era humanóide.
— Era aquilo que o cientista falava? — Vingador voava perguntando. — Como uma coisa dessas, veio parar em Madureira?
O monstro iria atacar um garotinho, mas o herói do ônibus desferiu um soco no peito da criatura jogando para longe.
— Se afastem daqui! Agora! — as pessoas obedeceram Vingador, que flutuava e via o monstro caído sobre a linha do trem.
— Consegue falar?! — ele perguntou aproximando-se. — Por que mata essas pessoas?!
O monstro só esboçou reação para disparar um raio laser de sua boca, na direção do herói que tentou parar o ataque com as duas mãos.
— Que poder é esse?!
Vingador perguntava-se enquanto era arremessado para o alto e o raio explodia um ônibus: — Não me machucou, mas não da para segurar!
O monstro saltou para o alto da estação e depois para socar o herói que sequer havia corrigido seu vôo.
Vingador quicou no asfalto por três vezes e caiu de costas em cima de um velho fusca de cor azulada. A criatura voltou a cair em cima da estação e preparava o laser.
Alguma coisa fez o monstro hesitar, até que ele pulou para onde o herói estava, no entanto sua atitude não era tão hostil.
Ao se aproximar ele cheirou Vingador por todas as partes e até fez uso de uma de suas enormes mãos para levantar o inconsciente herói.
— Não podemos vender isso. — o general Rocha comentava, enquanto acompanha pelo celular, inclusive via-o ignorar Vingador. — Aquele cabo, deixou de ser humano.
— Em parte senhor. — o ministro interrompia ambos estavam em uma pista de aviões.
— Ele manteve a forma humanóide, mas se comporta como um animal. Foi atrás de comida, reconheceu o alfa e o derrotou e agora...
— Não entendo aonde quer chegar. — Rocha interrompia o cientista.
— Agora ele deve ir atrás de mulheres, para acasalar e só Deus sabe o que pode nascer disso!
— Droga! — Rocha urrou aos quatro ventos. — Você o criou, o que devemos fazer para matar essa coisa?!
O cientista era seguro pelo colarinho fortemente: — Senhor se o seu herói for derrotado, eu sugiro que exploda o Rio de Janeiro inteiro. Isso deve matar a criatura.
— Aquele Vingador não...
Ao olhar para a tela do celular o ministro e Rocha, viram o herói sentado, com as duas mãos na cabeça e isso o fez interromper-se.
Sem saber das tramóias do general, Vingador erguia-se cambaleante e olhava o rastro de destruição que o monstro deixava.
— Nesses dois meses que descobri os meus poderes, aquela coisa é o mais perto de um igual, mas eu não vou ser calmo como antes! — ele gritou voltando a voar.
O monstro voltou a ser atingido nas costas por um soco, no entanto mais fraco que o primeiro e quando voltou-se para trás, Vingador desceu do vôo com uma voadora.
O golpe foi dado no joelho da criatura que urrou para o céu e teve o peito socado ferozmente.
Era a vez de o monstro voar e só parar quando batesse as costas e um caminhão.
— Não vou te dar tempo para pensar! — Vingador berrou ao ver o raio laser vir em sua direção.
O herói, uma vez mais usou as palmas de suas mãos para deter o ataque, com o diferencial que usou o posicionar de seus dedos para deixar um pouco da energia sair.
Pequenos raios iam para o chão, outros para os lados e alguns para o céu, totalizando oito: — Não vai vencer! — Vingador gritava fazendo uso de sua enorme força.
Fato era que ao dividir o ataque do monstro, ele conseguiu voar e empurrar o laser de volta.
Algumas pessoas gritavam eufóricas ao ver o caminhão tombar e o herói voar até o monstro, que estava preso nas ferragens.
— Nos quadrinhos os super, sempre deixam os inimigos vivos, mas eu não posso me dar esse luxo aqui.
Vingador falava enquanto percebia que a força da criatura, aos poucos falhava.
— Vou arrancar o seu coração com um golp...
O herói interrompeu-se e balbuciou: — Está usando uma calça camuflada, a mesma dos nossos soldados? Não foi um acidente? Aquele cientista te criou?
Todas essas perguntas e a demora em dar um golpe final, abriram brecha para Vingador ser chutado para longe e cair agachado, com o auxilio de suas duas mãos.
O monstro se revigorou e rugia para sua frente, enquanto erguia-se.
— Você. — Vingador chorava. — Poderia ser eu e eu, você.