O contrastante embate de temperaturas entre a taça de vidro gélida e meus lábios mornos, a inalação do perfume amargo, as mãos trêmulas conduzindo um material tão frágil quanto o fluído que sacode nas bordas.
Me direcionas um olhar superior e eu correspondo te olhando de maneira vacilante, e isso estranhamente te deixa feliz. Tu esperas que eu beba o que estendeste, uma dose de conhecimento, dizes. Mas temo que no primeiro gole me torne alguém como tu, ironicamente, ser humano o qual sempre estimei. Aquele vangloriando-se de seus feitos e gabando-se mais ainda sobre o seu discernimento.
A lástima da realidade faz com que eu devolva o recipiente à seu local de origem, não é a hora, ganho valentia. Tu nunca foste um paradigma por possuíres tal fórmula, muito menos díspar dentre tantos. Queres que sejam como tu, pois não é capaz de voltar a ser como eles.