Destinados (Em Andamento)
Queen the vampire
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Tipo: Romance ou Novela
Postado: 02/03/19 18:13
Editado: 20/06/19 18:41
Qtd. de Capítulos: 4
Cap. Postado: 09/03/19 02:53
Cap. Editado: 09/03/19 02:54
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 14min a 19min
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Palavras: 2303
[Texto Divulgado] ""
Não recomendado para menores de dezoito anos
Destinados
Notas de Cabeçalho

Capitulo pré-revisado.

Boa leitura.

Capítulo 2 Quarto de Casal

O tecido pesado do vestido estava me incomodando profundamente, a cada passo que eu dava tinha que conter o meu estresse e ansiedade, saímos da capela com aplausos e sorrisos de todos ali presentes, até mesmo as minhas amigas estavam felizes como se não soubessem de nada, quer dizer da minha parte posso afirmar que não sabem afinal não tive tempo de conversar com Julia e Angélica ou seja estou no escuro e sozinha, minha mão estava entrelaçada a dele e nos dirigimos para o carro onde antes de entrarmos fizemos sessões de fotos e depois fomos embora rumo a um ridícula festa de casamento planejada pelas "nossas famílias".

- Sorria mulher isso é um casamento e não um enterro - seus olhos compenetrados na estrada, eu queria chorar mas só me permitir suspirar e apreciar a paisagem do entardecer em Istambul o ignorando totalmente - Chegamos.

- Nossa tão rápido? Nós praticamente demos a volta no castelo - me referi a distância mínima entre a capela e o salão - Poderíamos ter vindo andando - ouvi a sonora gargalhada ao meu lado enquanto o carro era desligado e não compreendi o porque da risada.

- Você em breve será minha princesa, acha mesmo que deveríamos tocar o chão sem motivo? - nossa quanta arrogância, pensei enquanto aceitava a sua ajuda para sair do carro.

- Eu não vejo problema algum em andar senhor Smith, pelo contrario, eu gosto bastante - aceitei seu braço e adentramos o salão pela porta lateral indo de encontro a uma sala reservada o que me causou um certo receio.

- Não precisa ficar com medo garota, eu não vou encostar em você... pelo menos não aqui - seu sorriso era lascivo e eu encarei aquilo como um desesperado convite para uma fuga.

- Então porque viemos pra cá?

- Bom precisamos descansar antes de recepcionar os convidados e tudo mais, fora que você ainda não foi coroada princesa, a cerimônia será amanhã.

- Eu não vejo necessidade pra tudo isso, eu possuo o sangue nobre que vocês tanto queriam.

- Ser nobre não te faz uma princesa senhora Smith, já ter se casado comigo faz - me analisou com seus olhos azuis e eu senti vergonha involuntariamente pois, sempre detestei que me olhassem desse jeito, como se eu fosse um pedaço de carne.

- Então tudo bem - cortei o assunto que não me interessava e o analisei fisicamente, ele era muito bonito e um homem de verdade o que complicava mais ainda as coisas, passamos bastante tempo no silêncio da sala privativa até que Anna entrou acompanhada de minha mãe e o senhor Smith nos deu privacidade para conversar enquanto saia com a minha dama de companhia em direção a outra sala onde era possível ver dois homens de cabelo iguais ao seus.

- Minha filha, eu sinto muito - minha mãe me abraçou - Eu não sabia que seu pai seria capaz de algo tão cruel!

- Tudo bem mamãe se o Eduardo esta bem é o que importa, além disso com a fortuna que irá receber por ter me vendido ele vai poder sumir para sempre de nossas vidas. Então, como a senhora se sente sabendo que a partir de hoje é uma mulher livre ja que o divorcio foi assinado assim que eu disse sim? - acariciei o rosto cansado de minha mãe, seu passado estava estampado em seus olhos, ela também fora vítima de um casamento arranjado pois nossa família optou por manter parte dos costumes e tradições estúpidas. A diferença é que ela foi entregue a um italiano, meu pai Vicenzo Bellini um homem rico e frio, meus avôs eram amigos de infância e sempre sonharam em unir seus nomes, o que seria maravilhoso se houvesse amor envolvido nessa historia mas meus pais nunca conseguiram chegar a um consenso.

- Meu amor, você melhor do que ninguém sabe que meus problemas com seu pai não deveriam interessar. Eu jamais permitir esse casamento!

- Eu sei mamãe mas, eu resolvi cumprir com a minha responsabilidade. Meu pai precisava dessa fusão multimilionária - menti dando-lhe um leve sorriso, ela já havia sofrido muito para saber sobre os termos ao qual aceitei essa situação.

- Mas e se ele encostar em você, se ele te machucar minha filha? Se você quiser podemos ir embora agora partimos para o outro lado do mundo, eu abro mão de tudo só para ficar com vocês e seu irmão - me abraçou novamente.

- Tudo bem mamãe, eu estou bem de verdade e a senhora nunca me perdeu não será agora que ficaremos distantes - correspondi ao seu abraço - Agora vai la que o meu irmão deve esta desesperado atrás da senhora, minha adorável mãe depositou um beijo na minha testa antes de voltar para o salão e assim que a mesma saiu eu segurei novamente minhas lágrimas antes de ir até o espelho e observar com mais detalhes o vestido lindo que estava sobre o meu corpo, me sentei na baqueta da penteadeira e delicadamente tirei o véu, passei longos minutos olhando a aliança de casamento em meu dedo era linda e estupidamente exagerada, por mim um fio fino de ouro ja estaria de bom tamanho mas, ao julgar o traje do meu marido era visível que seu gosto era excêntrico.

- Vamos? - sua voz suave me assustou ao vê-lo entrar com um taça de vinho nas mãos, apenas assenti e aceitei o seu braço, a taça foi deixada sobre o aparador enquanto íamos em direção aquela farsa - Espero que saiba dançar porque eu não sou o melhor dos dançarinos - concordei com a cabeça e deixei que as coisas fluíssem como deveriam ser.

Em meio a toda aquela conversa e sorriso da minha família me permitir fingir sentir a mesma felicidade e me distrai um pouco com tudo ao meu redor, todos estavam felizes por nós, me sentei na cadeira de frente para todos e apreciei a festa com cautela, Andrew me disse que não sabia dançar, no entanto executava a dança turca masculina com perfeição ao lado de dois homens com cabelos iguais aos seus, as pessoas ao redor assistiam com entusiasmo e eu bem... era interessante e não consegui conter um sorriso ao ver seus movimentos sincronizados, sinto que ainda vou me surpreender e muito com Andrew. Os aplausos vieram logo após a execução da dança e o mesmo veio até mim e puxou-me pela cintura me forçando a ficar agarrada ao seu corpo, meus lábios foram beijados sem recusa pois eu faria bem o meu papel e aceitaria aquilo que me foi imposto.

......

O relógio no celular de Anna marcava nove horas e mais da metade dos convidados já havia ido embora inclusive meus pais e meu irmão, eu estava cansada e como precisei encarar aquela mentira eu aceitei uma taça de champagne do homem que me desposou, quando deixei de ser a atração principal da festa me afastei como cautela e fui apreciar o mar.

O vento gélido na varanda do castelo era magnifico conseguia me livrar de todas as más sensações que percorriam o meu corpo e minha mente.

- Quanto tempo mais será que essa festa vai durar? - sussurrei para a lua no céu apreciando o seu brilho no mar de Mármara, era belíssimo, senti uma mão quente tocar o meu ombro me tirando do vislumbre.

- Chega de festas, pelo visto você não quer mais nada - encarei por cinco segundos a sua mão que passava de um lado para o outro das minhas costas, não havia intimidade para isso, então lentamente me desvencilhei de seu toque e ele pareceu não gostar de tal atitude.

- Você terá que se acostumar comigo, somos casados - eu não queria conversar, realmente tenho me segurado durante a noite toda para não explodir de raiva com a virada que minha vida deu - Vamos para o quarto, eu também cansei de festa.

- O quarto? Separados você quis dizer? - eu estava incrédula com suas palavras.

- Não, nós seguimos as tradições, ou seja, dormiremos no mesmo quarto, temos visitantes no castelo hoje - esse definitivamente seria o estopim para tudo que tenho suportado durante o dia de hoje - Amanhã teremos a coroação e quando nós mudarmos para a nossa casa ai sim você poderá dormir aonde quiser - ele era grosso para um príncipe.

- Que seja, onde iremos dormir? - me dei por vencida e sem perder a compostura aceitei mais uma vez aquela farsa.

- Me acompanhe - nós despedimos dos membros restantes no salão e depois saímos do local, meu marido queria entrar no carro mais eu me recusei precisava andar então, delicadamente levantei a barra do vestido e dei passos lentos até o local a pequena caminhada parecia uma sentença de tão longa mais ainda assim era reconfortante ver o brilho da lua.

- Você é muito teimosa! Já poderíamos estar no quarto.

- A forma como você fala, até parece que ira acontecer alguma coisa... - deixei escapar meus pensamentos em formas de palavra o que o fez levantar um olhar curioso para mim.

- Explique-se

- Agora? Podemos fazer isso depois? - pedi.

- Agora - cruzou os braços como se aquilo fosse uma ordem e eu continuei andando o que aumentou sua raiva, mesmo assim respirou fundo e passou na minha frente, adentramos o lugar e só de olhar os degraus já me senti cansada, subimos as escadas do castelo e ele abriu a porta de um cômodo me dando passagem para entrar. O quarto era lindo, havia uma tapeçaria real na parede ilustrando a linhagem Smith, os móveis em tons de mogno contrastando com a parede branca e porcelanato polido do chão - Agora comece a se explicar - trancou a porta e foi até uma mini adega de onde tirou uma garrafa de vinho e encheu duas taças ao qual aceitei levando aos meus lábios com calma:

- Pra começar eu não te conheço, não sei nada sobre você, nunca te vi na minha vida, muito mal sei seu nome - fui sincera já não aguentava mais me conter.

- E ainda assim se casou comigo, sabe me pergunto o porque... - sentou-se na poltrona de couro e retirou a gravata.

- Porque eu sigo as tradições de minha família, assim como você segue as suas - me analisou por um momento.

- Me pergunto se não foi pelo titulo ou pela fortuna... - me contive para não enfiar a mão na cara dele, que homem grosso!

- Bom você já deve esta acostumado com assedio, mulheres e homens aos seus pés, também é bem grandinho para saber diferenciar uma coisa da outra.

- Pelo visto a minha família escolheu bem, na verdade minha mãe tem um ótimo gosto - sorriu enchendo novamente o copo - E você mulher quem foi que escolheu?

- Eu mesma - falei seria tendo toda a sua atenção para mim - Não deixo que os outros decidam por mim - meus olhos em nenhum momento deixaram de encarar os seus.

- Interessante, você segue costumes ou seja foi obrigada a casar-se e ainda assim foi você que escolheu o seu destino, vejo que temos uma bela mentirosa por aqui.

- Sua opinião é somente sua - a minha resposta foi curta e grossa - agora me diga, cadê as minhas roupas eu preciso me trocar.

- Não tem - meus olhos se arregalaram com aquilo, como assim não tinha roupa? - Anna até queria trazer mas estava em cima da hora então, amanhã você pega - que cretino e estúpido agora eu me lembro porque ele estava solteiro, era o príncipe mais cretino e safado dentre os seus segundo as revistas de fofocas, Smith vivia se metendo em confusão.

- E você sugere que eu durma o que, pelada?

- Eu sugiro que tire as roupas e vista algo mais confortável pois amanhã teremos um dia cheio - apontou para uma porta dupla atrás de mim - Ali fica o closet, sinta-se a vontade para vestir o que quiser, amanhã Anna deve trazer suas roupas - ele ordenou, mas eu não me mexi o vestido era pesado demais para ser retirado sozinho, observei-o abrir os botões da camisa social masculina enquanto brincava com o copo de vinho e me assustei - Ande garota ou se preferir durma assim, faça o que quiser - o humor dele havia mudado completamente, eu não queria ficar em sua presença, fui até o closet, entrei e tranquei a porta, me sentei no tapete felpudo e tirei meus saltos, meus pés doíam com a sensação e demorei cerca de 20 minutos para alcançar as alças do espartilho e ainda assim eu não consegui puxar e depois de um tempo eu voltei para o quarto usando o mesmo vestido ridiculamente lindo e emburrada.

- Você gostou tanto do vestido que decidiu dormir com ele? - sua voz era calma.

- Não, eu não consigo tirar, esse tipo de roupa foi feita para se ter ajuda - dei alguns passos em direção a porta indicando que iria sair e procurar por minha dama de companhia mas ao invés disso ele me puxou para si, me virou de costas e afrouxou as amarras do espartilho, um bruto porem eficiente.

- Obrigada - agradeci andando rapidamente para o closet, onde deixei o vestido ir ao chão sentindo um certo alívio, tomei um banho e vesti uma camisa social que parecia um vestido devido as desproporções de altura, abri a porta do closet delicadamente e meus passos de volta para o quarto foram mínimos. Eu me sentia uma criança tirada da mãe e o termo " não fale com estranhos" nunca fez tanto sentido na minha vida, a diferença é que eu não só conversaria com um como também me deitaria com ele.

Tudo o que eu queria fazer era fugir, suspirei aliviada ao perceber que ele estava dormindo, por mais que eu quisesse correr, sumir e nunca mais pisar nesse castelo, eu sabia da verdade e jamais voltaria com minha palavra, então fiz a única coisa honrada que poderia, ao invés de fugir como uma menininha assustada, eu decidi aceitar o meu destino e torcer para que Andrew Smith não esperasse nada de mim.

A infelicidade mostrou-me, pouco a pouco, outra religião bem diferente da religião ensinada pelos homens. - George Sand

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