Nunca foi minha intenção machucar você. E nem ninguém, mas é isso que eu sempre faço, no final; a minha verdadeira natureza. Porque tem estilhaços no meu coração que eu nunca conseguirei tirar, e eles sempre irão ferir as mãos de quem tentar pegá-lo, deixando marcas de sangue no chão.
Tem sangue em todo o meu quarto.
Aqui dentro nunca foi seguro, desculpe-me se te fiz pensar isso. Nem eu estou segura, por isso tentei tanto mantê-la afastada: porque eu nunca me perdoaria se te fizesse sangrar, mas eu já fiz, não é? E essa será uma culpa que sempre terei que conviver, por mais incômodo que seja.
Por que eu continuo tentando te encaixar aqui dentro?
Não há sentido entre nós duas; a única resposta plausível para o porquê de eu querer você por perto tão desesperadamente é a que eu menos queria te dar:
Porque eu sinto muito e, infelizmente, não estou me desculpando.
Tudo que eu posso fazer no momento é rezar para que você se afaste de mim antes que seja tarde demais. Porque eu sou uma bagunça de cachos, tristezas e versos; eu sou aquela poesia que nunca vai rimar, por mais que você reescreva-me.