Buenas, a resposta que darei possivelmente passará como básica demais ou até mesmo estranha para os padrões de uma sociedade que parece precisar de um raciocínio binário para responder algo, ou seja, minha resposta para a pergunta quem é Deus é: NÃO SEI.
Não sei não significa dizer que não possua uma percepção do que pode vir a ser Deus, mas, assumir ficar em cima do muro para tal questão significa não aceitar que exista provas suficientes para poder prescrever um julgamento que de fato seja efetivo.
Apresentaremos então algumas possibilidades pensando sobre a seguinte outra pergunta: Deus existe? Talvez, tal questão possa ser resolvida, mas, não comprovada de acordo com a relatividade da compreensão de quem é Deus? (Pergunta inicial deste diálogo). Para Espinosa, Deus é a natureza! Pois bem, se de fato acredito que Deus é a natureza e a natureza é o natural constituinte do meu mundo, então, é muito lógico pensar que sim, Deus existe, pois eu presencio a natureza.
Talvez, a infinidade de respostas que existam só comprova o quanto de fato não conseguimos compreender muito sobre o assunto.
E se por ventura você acreditar que Deus existe e que é um ente superior criador de todas as coisas... bem, é uma crença possível e existente em nosso mundo há milênios. O problema com isso, talvez, seja a racional falta de certeza com a variável que questiona: por que tal percepção não é a mesma para todo o mundo?
O Deus para a religião católica talvez não seja o mesmo Deus ou Deuses de uma religião de matriz Africana por exemplo, o que comprova ainda mais a questão da relatividade. Deus é um só? Caso sim, por que ele parece não ser o mesmo para todo mundo?
O ponto é que há milênios uma ideia de Deus existe, e eis que algo curioso. Seria ela fruto da necessidade humana de respostas? Que serve muito bem como consolo a posição humana de um mero ser mortal, e só? Acreditando em Deus, não estaríamos mais vinculados aos mitos antigos que explicavam o que não se conseguia explicar do que pelos métodos e aplicações validadas pela ciência, as quais para nós constituem da mais razoável aceitação? Por que é tão difícil acreditar no Deus da chuva na atualidade, conhecendo um pouco da ciência dos fenômenos meteorológicos, por exemplo?
Se Deus é bondade, por que não encontramos nele a justificativa de se evitar de matar milhares de vidas animais simplesmente para satisfazer a vontade humana de comer carne? Isso de fato é algo natural e divino? Você nunca ouviu falar que “Deus criou alguns animais para servir aos humanos assim como a mulher deveria servir ao homem”? Será mesmo que Deus é o impositor de tamanhas atrocidades ou a criação humana é que lhe impõe o que mais lhe favorece?
Como síntese, o ponto chave da questão é: quanto de humano há no nosso Deus? Ele nos fez a sua imagem e semelhança ou somos nós que o fizemos como nossa imagem e semelhança? Veja bem que ao questionar isso, não estou afirmando absolutamente nada. Estou instigando a buscar um Deus para além do humano, um Deus que comporte todos os questionamentos aqui levantados, que seja de fato livre de estigmas sociais, de imposições em seu nome, um Deus que seja o princípio ordenador do cosmos, a origem de muita coisa que, talvez, nossa condição humana nunca consiga desvelar.
Acredite se lhe faz bem, saiba respeitar opiniões alheias, saiba discutir sem impor, aprenda a pensar para além do já dito, ouça sua voz interior, exercite em si o que de fato é certo e justo, e o mais importante, aprenda a questionar o que se diz inquestionável, sempre, quando a busca lhe fizer crescer como ser humano.