Acabo acordando com a luminosidade irritante que adentrou meu quarto, me lembrando que não teria sido tão ruim ter fechado as persianas ontem. Se não tivesse me submetido à preguiça pós-sexo, talvez teria algumas horas de sono.
Recordar da noite anterior me traz sentimentos conflitantes, e mesmo sabendo que o único que sofrerá ao final do dia sou eu, não consigo deixar de ignorar o ser que está aconchegado em meu peito. Observá-la tornou-se um hábito rotineiro, e é nesses momentos que me sinto privilegiado em acordar com essa visão.
Acabo acariciando seu rosto, lembrando dos vários beijos que deixei ao mapear suas sardas, das marcas levemente arroxeadas em seu pescoço e tronco, e da ardência em minhas costas, confirmando que não fui o único a marcar.
Acima de tudo, meu coração se aquece ao lembrar do modo como nossos corpos se encaixam tão bem. E é com esse pensamento que me permito prolongar essa doce ilusão.
Porque a minha prioridade é cuidar, mesmo que me parta o coração todas as vezes que a observo abandonar meus braços; pois o meu amor é maior do que a dor de ser somente seu melhor amigo; seu amor no fim de festa.