Os cachos, dourados pela luz solar, balançavam com a brisa que vinha do mar a sua frente. Os nós do biquíni preto faziam dois laços, que ornavam perfeitamente com sua pele dourada. Os músculos das coxas se contraiam toda vez que ela flexionava as pernas para chutar a bola, espalhando a areia ao vento.
Era segunda-feira, e a praia estava quase vazia. A bicicleta dele, atualmente estacionada perto de um poste, serviam de apoio para suas mãos nervosas.
Haviam marcado um encontro quando conversaram pela primeira vez. Não fazia muito tempo que se conheciam, mas sentiram uma conexão que dificilmente aconteceria novamente.
Queria que a amizade desse certo, mas o sotaque dela era charmoso demais para que ele sequer pensasse em tentar. Quando seus olhos se cruzaram, penso que que talvez a amizade fosse apenas uma mera ilusão de sua mente e que talvez ele precisasse tentar um pouco mais.
Quando a bola veio em sua direção, acompanhada do sorriso dela, desejou pular toda a programação e pensou que seria ótimo se compartilhassem um pouco de si mesmos.
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A mesa que dividiam não era tão grande, facilitando a comunicação. Os sulcos na madeira atraiam sua atenção de tempos em tempos, mas os cachos dela eram quase como uma droga psicodélica da qual ele estava totalmente dependente.
O nervosismo já havia passado quando o flerte, contido nos olhares, teve início. O polegar dela deslizava pelas juntas de seu dedo indicador. A segunda garrafa de cerveja que dividiam já estava pela metade e o sol já se punha. Era uma típica cena de filme romântico.
Tudo que ele mais temia, tudo do que fugia, estava se concretizando. Estava começando a ficar ainda mais confuso sobre seus sentimentos, mas tinha certeza de uma única coisa: Queria compartilhar uma noite com ela, ou duas.
O sorriso dela se abriu, e ele lamentou.
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Deslizou a boca sobre a coxa torneada, distribuindo pequenos selares pelo caminho, ouvindo ela suspirar baixinho. Sentiu a mão dela agarrar seus cabelos, fazendo uma leve pressão, como se implorasse para que ele continuasse descendo a boca. Ah, como queria saborear cada parte daquele belo corpo.
Delicioso.
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Deitado ao seu lado, ele ouviu o resmungo ofegante dela:
- Amor, porque você está lutando contra?
Ele se fazia a mesma pergunta, mentalmente. Sabia que gostava de estar com ela, de poder tocar sua face e sentir a pele dela arrepiar a cada toque seu; sabia que sentia saudades, mas talvez fosse apenas saudades do corpo dela. Talvez não gostasse realmente.
- Me deixa ter mais um pouco de você?
Ou talvez ele gostasse.