Até o Fim (Terminado)
Angel
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Tipo: Romance ou Novela
Postado: 01/12/20 06:32
Editado: 03/11/22 20:42
Qtd. de Capítulos: 3
Cap. Postado: 09/08/22 13:10
Cap. Editado: 03/11/22 20:42
Avaliação: 10
Tempo de Leitura: 10min a 14min
Apreciadores: 2
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Palavras: 1728
[Texto Divulgado] ""
Não recomendado para menores de catorze anos
Até o Fim
Notas de Cabeçalho

Olá! Tudo bem?

Esse é o último capítulo desse conto que, em breve, será tirado para revisão devido aos erros ortográficos e a falta de concordância em algumas partes ao longo dos capítulos. Esse foi o meu primeiro conto ao qual tive o prazer de compartilhar com vocês ao longo desses anos, então devido a minha inexperiência passada ele precisará dessa revisão necessária. Mas enfim, boa leitura e espero que curtam.

Capítulo 3 Capítulo Final

“Quem diria que iríamos sentir saudade da nossa infância, sendo que o nosso maior desejo era crescer.”

22.01.2020

Peter dirigia pelas ruas calma da pequena cidade de Orrville, no estado de Ohio, no interior Norte Americano. Podia ter se passado quase dez anos que ele esteve ali pela última vez, mas era como se quase nada houvesse mudado. O sentimento de nostalgia o atingiu, era como se ele fosse um adolescente outra vez. Era como se voltasse a ter dezessete anos de novo.

Ele se lembrava perfeitamente daquelas ruas, lembrava-se de quando andava de bicicleta quando era criança e sempre voltava para casa com as bochechas coradas e o rosto pingando de suor. Nem mesmo o joelho ralado diminuía sua alegria e euforia — sentia saudades da doce inocência de sua infância.

Estacionou o carro em uma vaga que havia ali. Saiu de dentro do mesmo, sem muita pressa, depois de ter vestido o seu casaco. Estava fazendo muito frio naquela manhã, desacostumados com o frio que fazia em Orrville, estremeceu. Apanhou o pequeno buquê de margaridas, que estava no banco do carona e fechou a porta de seu carro logo em seguida.

Caminhou em frente ao velho portão de metal, de pintura desbotada e que mostrava suas ferrugens. Ele parecia bem mais acabado desde a última vez que esteve ali, mas ao olhar as lápides que havia mais à frente era exatamente como se lembrava. Respirou fundo, fechando os seus olhos escuros, tentando tomar coragem para seguir adiante.

Sentiu um vento gélido indo de encontro ao seu corpo, fazendo-o arrepiar-se e dando-lhe um pouco de coragem para prosseguir.

Em passos lentos, caminhou entre as lápides que haviam ali; estava em busca de uma em especial. Olhou mais à frente e pôde ver a velha árvore torta, de tronco retorcido, a mesma velha árvore de quase dez anos atrás. Em passos firmes caminhou até ela, sentindo o coração martelar contra o seu peito.

Ele parou em frente a lápide que estava escondida devido os gravetos e as folhas secas que estavam caídas sobre ela. Agachou-se e afastou toda a sujeira com a mão livre, para ler o que estava escrito:

“Annie Elizabeth Carter

21.05.1994 / 04.01.2010

A alegria que ontem você plantou, hoje nos motiva a viver.”

Sentiu o coração se contrair contra o seu peito. Passou os dedos no nome gravado e mordeu o lábio inferior com força, quase sentindo o gosto metálico do sangue. Depositou o pequeno buquê sobre a lápide e suspirou.

— É! Eu vou fazer isso — diz ele, olhando para o céu. — Vou começar a falar sozinho como se você pudesse me ouvir. — Balançou a cabeça em negação, como se estivesse enlouquecendo, desacreditando do que estavam prestes a fazer. — Acho que devo começar te pedindo desculpas. Eu sei, eu fui um grande covarde e... Me desculpe, Annie.

Ele estremeceu novamente, sentindo frio.

— Mas, sabe, você foi um verdadeiro furacão em minha vida, Annie — diz ele, olhando para a lápide. — Você chegou fazendo uma bagunça enorme, mas o estrago foi ainda maior depois que você partiu.

Peter pega uma das flores na mão e a gira entre seus dedos.

— Eu serei um grande mentiroso caso disser que não sinto a sua falta, pois eu sinto, todos os dias — diz ele olhando para a flor. — Viver sem você é pior do que estar sob a Maldição Cruciatus — diz o homem com amargura, lembrando-se de do livro preferido da garota: Harry Potter.

Ele para de girar a flor e encolhe os ombros, sentindo-se cansado.

— Mas, quem estava preparado para te perder, Anne? Quem estava preparado para lhe dizer adeus? — pergunta ele, com a voz melancólica. — Quando você se foi, eu não soube mais o que fazer. Eu me senti tão perdido — disse ele, tombando a cabeça para o lado. — Eu tentei inútilmente, de maneira incessante, procurar respostas para a sua trágica decisão, mas falhei e acabei te odiando por isso — diz ele, sua voz soando embargada.

— Perdoe-me, mas eu te odiei, Annie. Te odiei por ter me deixado e ter quebrado a nossa promessa, te odiei por você não ter confiado em mim e ter me contado o que estava se passando com você, dentro de você. Te odiei por, simplesmente, ter desistido de tudo e por você ter sido uma maldita egoísta, sem se preocupar nas consequências que o seu ato imprudente poderia me causar — diz ele, estando visivelmente abalado e deixando algumas lágrimas molharem o seu rosto. — Eu te odiei por não saber se eu poderia ter mudado essa sua cruel decisão; céus, como eu te odiei. Mas, no final, eu percebi que nunca consegui realmente te odiar, pois eu a amava com todas as minhas forças e o ódio que acreditava sentir era somente uma forma de tentar mascarar a minha dor; a dor que você causou depois que partiu — disse ele transtornado. — Annie, você tem ideia do quanto eu sofri? Do quanto eu chorei? Céus, até nos momentos de raiva a Deus eu culpei, por ter te levado — diz ele, fechando os olhos com força. — Sim. De fato, você foi uma tremenda egoísta. Porém, eu não vim aqui pra te ofender. — Fuga. — No entanto, não posso dizer que não foi egoísmo da sua parte, porque foi.

— Eu nunca entendi o que você sentia, nunca soube o que se passava em sua mente. Você nunca me disse o que estava acontecendo com você, nunca me falou o quanto estava sofrendo. — Limpa o rosto com as costas da mão. — Você sofreu calada, você passou por tudo calada, mesmo eu estando ao seu lado. Caso você tivesse se aberto comigo, se tivesse me contado nós teríamos passado por isso juntos. Droga, caso você falasse o que passava em sua mente agitada, enquanto seus lábios disfarçavam com um sorriso radiante. Eu deveria ter percebido, deveria ter reparado mais em você, mas quem iria suspeitar, se você escondia tudo com a sua alegria contagiante? — Coloca a flor novamente em cima da lápide. — Mas eu deveria ter estar lá por você, deveria ter sido mais presente. Eu deveria ter sido o amigo que sempre prometi ser. — Sua última frase saiu com amargura e arrependimento.

— Levou muito tempo para eu conseguir superar, mas consegui. Não foi fácil, porém, eu tive ajuda. — Funga novamente. — Eu conheci uma pessoa incrível em uma viagem que fiz à França — diz ele, com um sorriso fraco nascendo em seus lábios. — O nome dela é Amélia Smith. Ela é a pessoa mais engraçada e bondosa que já conheci. E foi essa bondade dela que trouxe de volta a minha melhor versão, Annie. A Amélia me faz tão bem em todas as formas. — Sua voz soou leve, lembrando-se da moça. — Eu a amo tanto, como nunca achei que amaria novamente. Você também a amaria se a conhecesse. Ela é incrível.

Peter ergue os seus olhos para o céu nublado, lembrando-se dos olhos cor esmeralda da mulher por quem está apaixonado.

— Nós vamos nos casar daqui uma semana — diz ele, mostrando um pouco de sua felicidade sincera. — Decidimos que nos casaríamos aqui em Orrville, por insistência de meus pais, obviamente.

— Eu consegui me formar em música, na universidade de Juliard. Victória está casada há quase dois anos com um advogado e tem um garotinho adorável chamado David. Seus pais estão viajando pelo mundo e fazendo trabalhos voluntários, mas me prometeram estar aqui na cerimônia, mesmo depois de tantos anos nós ainda mantemos contato e eles dizem que me tem como um filho. Charlotte e eu namoramos por alguns meses, mas acabou não dando certo e hoje ela está casada com um empresário e tem dois filhos, mas nós perdemos o contato desde que entrei para o segundo ano na universidade, somente sei do básico através de Victória. Os meus pais estão doidos com o preparativos do casamento e o pequeno Oliver, mas hoje não tão pequeno assim, entrou para Stanford, ele está cursando psicologia. — Suspira — Consegui tocar em muitos concertos e foi um uma viagem para o Boston que pedi a futura senhora Bonneville em casamento. — Ele sorriu e fez uma pausa. — Estou conseguindo realizar todos os sonhos que te falei, depreende todos os meus objetivos, mas apesar de tudo isso ainda tento imaginar como seria se você ainda estivesse aqui. Porém, eu sei que está em um lugar melhor agora.

Ele sente o seu celular vibrar contra o bolso de sua calça jeans. O jovem apanhou o celular e viu que era sua adorável noiva quem ligava. Enxuga o rosto e se recompõe, antes de atendê-la.

— Oi? — diz ele, logo após atender o celular.

— “Amor?”— Suspira ao ouvir a voz doce de sua noiva — “A Vitória acabou de chegar com o Charlie e o pequeno David”.

— Já? — pergunta o rapaz, olhando para o relógio em seu pulso e se assusta ao ver a hora. Faz quase três horas que estava ali falando, sem se dar conta. — Daqui a poucos chego aí.

— “Certo” — diz ela com um sorriso na voz. — “Onde você está?” — pergunta curiosa.

— Eu vim visitar uma velha amiga — diz ele olhando para a lápide.

— “Ah!”— exclama ela como se lembrasse de algo. — “Não precisa se preocupar, amor. Só liguei pra te avisar e saber onde estava.”

— Certo — diz suspirando. — Amélia?

— “Sim?”

— Eu te amo — diz ele.

— “Eu também te amo, Peter. Eu te amo de todo o meu coração”. — Ele podia ver claramente a jovem loira com as bochechas adoravelmente coradas e com um lindo sorriso enfeitando os seus lábios carnudos. — “Até daqui a pouco”.

— Até — diz ele desligando o celular e olhando novamente para a lápide.

“— Caso houvesse como eu invocar um patrono aqui e agora, com toda a certeza, você seria a minha lembrança mais feliz, Peter — disse a garota, olhando-o com os olhos marejados.”

— Você também é a minha lembrança mais feliz, Srta. Carter — disse ele, beijando a ponta dos seus dedos e, logo em seguida, depositou-o sobre a gravura do nome escrito. — Até o fim, Annie — diz ele olhando para a lápide com resignação.

Uma linda borboleta passou em sua frente e ele não pôde deixar de olhá-la. Então, ela pousou em sua mão. Ele não pôde deixar de exclamar em surpresa e logo em seguida ela voa para longe, para o céu.

Ele a olhou com os olhos marejados e sorriu com sinceridade pela primeira vez desde que acordou aquela manhã. Pois, era como se Annie sussurrasse: "Até o fim, Peter".

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Postado 31/10/22 13:30 Editado 03/11/22 19:05

Ok, eu deixei para comentar no ultimo capítulo por que eu precisava ver o fim disso.

Cara, mesmo o Peter sendo um tapado, lesado e sem noção, a forma com que ele sentiu a perda da Annie, a não excessiva mais pontual demonstração de dor com frases surreais. MAS MEU DEUS DO CÉU PETER.

Eu vejo a Anne como uma borderliner e só por isso dá pra entender a intensidade dos sentimentos que ela carregava dentro de si. Desenvolver no Peter essa relação de dor x ódio x compreensão e "superação" foi muito interessante pois é possível se identificar com as fases do luto. Fico feliz que ele tenha conseguido seguir em frente (mas se ele tivesse jurado amor eterno e nunca mais se casar, quem sou eu para julgar.)

Eu amei, amei e amei todas as coisas que eu pude sentir com estes três capitulos.

Obrigada por fazer eu me apaixonar e conseguir escrever um comentário mais longo do que os meus textos. Você é surreal.

Postado 03/11/22 18:39 Editado 03/11/22 18:48

Muito obrigada por esse comentário incrível ♡

Alegro-me em saber que consegui transmitir os sentimentos do Peter para você.

Esse capítulo final foi necessário, mostrando a evolução dele depois de tudo. Apesar de Peter nunca ter notado os sentimentos reais de Annie por ele, ele a amava. E não é fácil perder quem amamos...

Fico feliz que tenha gostado desse conto, quando eu o escrevi foi a muito tempo, foi meu primeiro conto que decidi compartilhar. Na época, eu não tinha muita expectativa com o conto, pois ele foi a minha primeira tentativa de drama, ainda mais se tratando de um conteúdo sensível.

Logo ele será retirado da plataforma para uma revisão necessária, para que vocês tenham uma experiência melhor com o texto.

E mais uma vez, obrigada pelo comentário ♡

Att: Angel

Postado 14/10/22 19:05

Eu vou morrer de tanto chorar...

Sou sensível demais, e essa história me destruiu, meu Deus.

Mas Peter é meio tapado por até agora não ter percebido que Anne amava ele...

Mas pelo menos ele cresceu, e vai formar uma família...

Linda história <3

Muito obrigada por ter compartilhado conosco <3

Postado 03/11/22 18:54

Alegro-me em saber que consegui transmitir os sentimentos do Peter para você, mesmo que isso tenha a destruído, kkkk.

Apesar de Peter nunca ter notado os sentimentos reias de Annie, ele a amava e perde-la não foi fácil, então foi necessário um capítulo final para mostrar a evolução dele e para que ele conseguisse se despedir dela e seguir em frente.

Quando escrevi esse conto a uns anos atrás, eu não tinha muita expectativa sobre ele, pois foi a minha primeira tentativa de drama. Logo ele será retirado da plataforma para uma revisão necessária, para que assim vocês tenham uma experiência melhor.

Obrigada pelo comentário ♡

Att: Angel

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