Demasiado tarde para continuar a dizer que é de manhã, e como sempre quero dormir mais um pouco. Esfrego os meus olhos sonolentos e procuro por dentro das cobertas o meu telemóvel perdido. Vejo as mensagens e notificações de facebook e twitter. É o mesmo que todos os dias, excepto que tu não estás aqui.
Sinceramente nada mudou, eu continuo a acordar tarde e a demorar uma eternidade para me levantar. Continuo a verificar as horas e o tempo antes de decidir o que vestir e pensar que nada presta, nada serve e nada fica bem. Acabo por escolher aquela camisa mais larga e quentinha e as mesmas jeggins claras que passo o tempo a comprar para não ficar sem elas quando as coloco a lavar.
Continuo a visitar aquele restaurante que encontramos num dos passeios de inspiração, mas com os meus amigos. As pessoas, a comida deliciosa que estávamos sempre à espera, nada mudou, excepto que agora tu não estás aqui. Nada em especial mudou. O lugar onde costumavas sentar-te é agora ocupado por outra pessoa. Falamos sobre a vida, rimos sobre imensas coisas. Eu sinto-me extremamente feliz, mesmo sem ti.
Não foi fácil esquecer-te. Mas agora eu consigo visitar, fazer as mesmas coisas que fazíamos sozinha. E consigo tomar conta de mim.
Dia a dia, estou a acostumar-me a viver sem ti.