O Primo da Morte
True Diablair
Tipo: Lírico
Postado: 06/06/21 07:30
Editado: 06/06/21 09:52
Gênero(s): Drama Poema Reflexivo
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 1min a 2min
Apreciadores: 2
Comentários: 1
Total de Visualizações: 389
Usuários que Visualizaram: 13
Palavras: 306
[Texto Divulgado] ""
Não recomendado para menores de dezoito anos

Esta obra participou do Evento Academia de Ouro 2021, indicada na categoria Lírico.
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Notas de Cabeçalho

ATENÇÃO

A obra a seguir não fez, faz ou pretende fazer quaisquer apologias, mas talvez possa ocasionar gatilhos, então leia por sua conta e risco.

Capítulo Único O Primo da Morte

Ouvi falar que o Sono

É o primo da Morte.

Então... Que sorte,

Eu suponho:

Em minha covardia,

Essa é minha hora favorita

(Secreta)

De todos os dias...

É quando coloco os fones,

Escuto algumas melodias

E fecho meus olhos

Enquanto a mente se abre,

O coração se escancara

E a alma se rasga

Conforme o corpo se encolhe

E cada pensamento recolhe

Os inúmeros pedaços

De tantas reflexões;

(Mutilações)

E os olhos se fecham

Na esperança singela

De talvez não se abrirem

Nunca mais...

(Será que haveria paz?)

É assim há mais tempo

Do que me lembro

E só piorou

Conforme o tempo passou

(Voou)

E tudo necrosou

Por dentro.

Não sou hipócrita:

Sei que lá fora

Tem uma multidão

Incalculável

Em uma situação

Absolutamente miserável

Em comparação

À minha.

Porém, julgo igualmente

Deprimente

Ter que me sentir bem

Só porque alguém

Está com maiores dificuldades

Ou sofrimento.

Eu penso

Que é como dizer

"Nossa, você se fodeu

Mas antes você do que eu!"

Com um sorriso sarcástico

(Cômico, se não fosse trágico)

E um tom irônico na voz

E isso vale para todos nós...

Talvez eu precise de terapia;

Ainda prefiro a poesia:

Escrever é sonhar acordado

Enquanto os pesadelos prosseguem

Em suas múltiplas frentes

E camadas

E reviravoltas

Sequer imaginadas,

Sem trégua,

Sem volta,

(Sim, é uma merda)

Contudo, depois do ponto final

E da postagem,

Segue a viagem

Por esta paisagem

Rumo a um destino incerto

Beirando ao sucursal

De um verdadeiro Inferno

Em potencial.

(Têndencia ao desastre)

Ainda assim, prossigo

Por este louco caminho

De todo modo, sozinho

(Tantas vezes; é como me sinto)

Fazendo o que posso

À deriva entre os destroços:

Um banquete para a Escuridão,

Ainda no olho do furacão...

É o que é,

É o que há

Por ora.

Todavia, agora

Preciso ir:

É hora

De dormir.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Shhh...

Go to sleep!

Apreciadores (2)
Comentários (1)
Postado 28/10/21 09:50

Antes de falar sobre o conteúdo do poema em si, preciso dizer que aprecio muitíssimo essa construção e essa estrutura. Frases curtas contanto uma história como só você consegue fazer!

Mas o mais incrível aqui, não é nem isso, mas sim as frases escritas entre parênteses. Cada uma delas foi quase tão ou mais necessária que o próprio texto, e isso tornou tudo de uma beleza trágica extremamente memorável!

Desde as duas primeiras linhas essa obra já chama a atenção. Já podemos imaginar o tom que isso tem no conteúdo e por isso somos chamados e convidados para prosseguir a leitura até o final. A capacidade artística do autor é imensurável de tão intensa e bem expressa ao longo dos versos!

Dormir, de fato, é uma quase morte extremamente reconfortante, pois não temos como saber se vamos acordar amanhã, e mesmo que acordemos, ainda teremos vivido algo de mágico na morte dos sonhos e/ou pesadelos que passam na nossa imaginação norturna. E como sabermos se não estamos agora vivendo no sonho/pesadelo ao invés de estarmos vivendo no "mundo real" (se é que tal coisa existe)?

Perfeito poema, Sr. Diablair!! Adorei poder fazer essa leitura!!

Um grande abraço, atenciosamente, de uma criatura que adora navegar no inconsciente noturno,

Meiling Yukari!