As horas me correm apressado
Neste leito divisório que estou
Os ares que respiro são me emprestado
Resta pouco para saber aonde vou
Faz tempo que não te vêjo
Aonde quer que estás espero que estejas bem
Faz tempo que não me vês
Oque faço por ti só os deuses sabem
Queria que soubesses
Dos pormenores desta minha estadia
Queria que pudesses
Abraçar-me antes que a vida fique tardia
Queria que estivesses
Quando entre noites vaguei por horizontes em fim
Queria que visses
Dias que por ti chorei sem fim
O coração enferrujou-me
De tanto desafiar a natureza para te vêr a sorrir
Teu casamento me consome
Mas é tão bom saber que estás a florir
Os meus feitos aqui terminaram
Vêr-te magoada foi oque menos fiz
Por vezes falharam
Mas saiba que assim não o quiz
Escrevi-te tantas cartas
Sem sucesso encontraram-te certeiros
Esta é a última carta
Te escrevo em meio aos suspiros.