Caçada Sombria (Em Andamento)
Sabrina Ternura Co-Autores Mr Black
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Tipo: Romance ou Novela
Postado: 17/10/21 02:36
Editado: 02/06/23 16:41
Qtd. de Capítulos: 6
Cap. Postado: 17/10/21 02:45
Avaliação: 10
Tempo de Leitura: 9min a 12min
Apreciadores: 1
Comentários: 1
Total de Visualizações: 583
Usuários que Visualizaram: 3
Palavras: 1547
[Texto Divulgado] ""
Não recomendado para menores de dezoito anos
Caçada Sombria

Esta obra participou do Evento Academia de Ouro 2021, indicada na categoria Fantasia.
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Capítulo 4 Condenado a Viver

O fato da mansão estar um caos é sinônimo de paz para mim, pois enquanto todos os criados estão correndo de um lado para o outro como loucos para organizar os últimos detalhes da festa e atender os convidados, eu apenas continuo polindo os detalhes talhados em ouro dos móveis como se fosse invisível. Se a governanta ou alguém da família me encontrar aqui, direi que estou trabalhando, pois não quero ser punido. Sempre venho para cá durante qualquer comemoração justamente para encarar os rostos desses homens poderosos para lembrar a mim mesmo que eles foram tudo aquilo que jamais serei: monstros impiedosos. Sei que a minha alma ruiu no dia que Gutemberg invadiu meu antigo lar e escravizou a mim e a minha mãe, sei que nunca consigo sonhar e que a minha empatia é reduzida, sei que não consigo sentir coisas boas e que há um abismo de ódio dentro de mim esperando para me engolir… Todavia, também sei que jamais serei alguém que machuca os outros. Me recuso a me tornar aquilo que me feriu.

Enquanto os ecos da comoção da festa começam a ganhar vida do outro lado da mansão, continuo trabalhando e refletindo sobre a minha ideologia como se, dessa forma, ela pudesse adentrar ainda mais meu âmago vazio, porém não mais solitário. Recentemente, descobri uma sombra amiga aqui dentro e com ela converso durante horas em meus dias tristes. Ela torna todo fardo suportável e suspeito que ela consiga impedir que as barreiras da Mancha Negra continuem a se erguer. Ela faz com que eu sinta, minimamente, os sentimentos que restam no meu interior. Não sei quem ou o que é, mas ela, ironicamente, tornou-se a luz que brilha na minha escuridão.

— Isso foi muito doce da sua parte, Blake. — A sombra amiga me respondeu com um sorriso, em pensamento.

— Oh! — Respondo sobressaltado e um pouco envergonhado, em pensamento. — Esqueci que estava aí, senhorita.

— Esqueceu? — Ela me perguntou baixinho e cabisbaixa.

— Não, não, não! — Respondo em voz alta, deixando o pano cair. — Não é isso que eu quis dizer, é que…

— O QUE VOCÊ DISSE, MALDITO? COM QUEM VOCÊ ACHA QUE ESTÁ FALANDO? — Urrou o duque de Gutemberg, completamente irado, de algum lugar atrás de mim.

Como se meu instinto de sobrevivência gritasse em minha mente, abaixo-me e preparo-me para os açoites que virão a seguir. Entretanto, não ouço os passos do duque vindo na minha direção. Olho para os dois lados do corredor e apenas vejo as trevas da madrugada atravessando as vidraças e invadindo o local. Levanto lentamente, com um medo crescente se alastrando por minhas vísceras, pois temo que os estalos dos meus ossos possam chamar a atenção sádica de um Gutemberg irado, pronto para destruir qualquer um que ouse se colocar na sua frente. Checo novamente e, percebendo que não há mais ninguém ali, corro e me escondo atrás de uma das cortinas.

Um segundo depois, o duque de Gutemberg surge no corredor pisando com força no chão, fazendo seus passos pesados e cheios de ódio ecoarem na madeira do assoalho e nos meus ouvidos aterrorizados. Prendo a respiração e coloco as duas mãos na frente da boca e do nariz para impedir que qualquer ruído chame a atenção dele. Entretanto, ouço mais passos adentrando o local, só que bem mais tranquilos.

— Pode olhar… — Sussurra a minha sombra amiga, em pensamento. — Eles não estão falando de você.

Todavia, meu estado de terror não me permite empurrar nenhum centímetro a pesada cortina. Eu não colocaria a minha vida em risco só para visualizar o que estava acontecendo.

— Repita o que disse e eu corto a sua língua e faço você engoli-la. — Disse rispidamente Gutemberg.

— Primeiramente, caro senhor, a minha língua já está cortada. Você perderia seu tempo tentando fazer isso. — Respondeu o outro homem com ironia. — E, se você ousar me ameaçar de novo…

Ouço uma explosão e, em seguida, algo derruba diversos objetos. Acredito que o homem desconhecido atacou Gutemberg. Meu coração bate descontroladamente no peito e um misto de esperança e excitação se formam nele: se o duque fosse morto, eu poderia fugir com a minha mãe, penso.

— Você é louco? Eu tenho poder para destruir você e qualquer coisa que acha que possui. — Gritou Draco, arremessando algo, que se chocou em um dos quadros que está ao meu lado.

— DESTRUIR!? — O homem desconhecido urrou com um misto de sarcasmo e ódio em seu tom. — Eu sou Diablair, o líder Infernal mais temido e aquele que chutou a bunda de Lúcifer. Destruir? DESTRUIR, GUTEMBERG? Eu gostaria de vê-lo tentar destruir aquele que é o significado da palavra destruição.

Todos os pelos do meu corpo se eriçaram, após ouvir tais ameaças de Diablair. Havia um ódio palpável e completamente diferente nas palavras dele. Algo que Gutemberg jamais me fizera sentir. Gostaria de ter a coragem necessária para afastar por apenas alguns centímetros a cortina para olhar a feição do homem que colocou de joelhos aquele que eu mais odiava. Entretanto, sou impedido graças ao grito de terror dado por Draco, enquanto uma risada completamente rouca e aterrorizante escapa dos lábios de Diablair.

— Espere, lorde Diablair! Por favor, poupe o meu marido! — Clama Luana apavorada, chegando ao local ofegante.

— EU IMPLORO, NÃO ME MATE! — Draco pede com um desespero crescente, como só alguém que acabou de ver a própria morte é capaz de fazer.

— Se poupá-lo e retornar para a festa como se nada tivesse acontecido… Eu serei toda sua.

O riso de Diablair foi tão alto que senti as paredes estremecerem. Se um dia considerei Draco Gutemberg como a encarnação do próprio mal, isso havia acabado de mudar, pois o homem sem rosto que estava há alguns metros de distância de mim emanava crueldade e perversidade em suas formais mais latentes.

— Você, sua súcubo mal comida, não é nada perto das minhas concubinas infernais. Coloque-se no seu lugar. — Ironizou Diablair.

Luana nada respondeu, apenas soltou um suspiro de decepção, como sempre fazia quando estava diante de qualquer homem que não fosse Gutemberg. O fato dela ser uma súcubo fazia muito sentido, tendo em vista as muitas vezes que eu a encontrei… bem, fazendo sozinha algo que não faço ideia de como denominar.

— Mas eu entendo seu desespero, tendo um marido incapaz como Gutemberg. Veja só que família feliz a de vocês! Construída e formada na base de sangue e mentiras…

O comentário de Diablair passou despercebido aos meus ouvidos em um primeiro momento, pois ouço passos apressados ecoando pelo corredor.

— Minha senhora! Minha senhora! — Chama desesperada a governanta da mansão, a senhora Camelia.

— Eu disse para não vir aqui! Saia daqui imediatamente, antes que eu faça…

— Desculpe, senhora. — A governanta diz, ofegante, interrompendo Luana. — Mas eu não o faria se não fosse importante. É que… é que…

— Fale de uma vez, mocreia velha! — Disse Draco.

— É que após a saída da senhora e da história que contastes acerca da visão do senhor duque na noite passada, todos começaram a falar sobre a possível chegada de uma certa Deusa irada. Claro, os comentários foram os piores possíveis sobre esta divindade, mas… aquela mulher simplesmente conseguiu fugir das masmorras e apareceu diante dos convidados, partindo em defesa da Deusa Terrível.

— ISSO NÃO É POSSÍVEL! — Gritou agudamente Luana, começando a andar de um lado para o outro.

Pela primeira vez na minha vida, concordei com Luana Gutemberg. Fazia anos que minha mãe estava debilitada e acamada. Seus movimentos estavam comprometidos, por conta da rigidez muscular que deixou-a com o corpo completamente torto. Uma discussão de Draco e Luana se iniciou, porém suas palavras eram apenas ecos em meus ouvidos dado ao desespero que se instalou em meu peito. Era o mesmo sentimento que tive quando Draco invadiu minha casa. Olho para as minhas mãos e, assustado, vejo minhas veias saltadas e com um líquido negro correndo por baixo delas. A paralisia começou a se apoderar de mim e só me restou ficar ali, estagnado pelo meu desespero odioso, aguardando a segunda morte de meu âmago, sem poder fazer nada para salvar a minha mãe.

— Temos que ir até lá e, juro pela alma de meu falecido pai, que matarei com minhas próprias mãos essa anomalia! — Exclamou Gutemberg, caminhando a passos rápidos pelo corredor.

— Meu senhor! Nós tentamos tirá-la de lá, mas os convidados a prenderam e a levaram para o lado de fora. Eles estão… preparando uma fogueira para queimá-la, pois acham que ela é uma mensageira da Deusa Terrível.

A minha mente apenas escureceu. Não consigo compreender mais o significado dos ecos que se espalham pelo corredor. Não consigo sentir mais o meu coração batendo. Não consigo pensar em mais nada. Apenas permaneço ali, paralisado, enquanto Gutemberg, Luana e Camelia se encaminham para o lado de fora da casa.

Há um zumbido infernal adentrando os meus ouvidos, como se diversas abelhas estivessem tentando entrar dentro de mim pelos meus tímpanos. Um líquido negro escorre de meus olhos e boca, manchando a minha pele arroxeada devido a falta de oxigênio. Não sinto as batidas de meu coração da mesma forma que não sinto mais medo, dor ou aflição. Existe apenas um abismo vazio de apatia me matando de dentro para fora.

Estou morto, era o que eu gostaria de dizer.

Contudo, a minha morte era ser condenado a continuar vivendo.

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Apreciadores (1)
Comentários (1)
Postado 19/10/21 20:02

Mano, se eu fosse o Blake, saia do esconderijo e gritava pro diab: MATA ELE! MATA ELE, MATA!!! TIRA A VIDA DESSE INFELIZ! MATAAAAAA!

(Ok, respirei.)

Mano!!! Quem essa coitada pensa que é pra se oferecer assim para o tio Diab? Ela não tem noção! MATA ELA TAMBÉM! MATAAAAAAA!

E as lágrimas voltam a cair internamente. Pelo ódio da Deusa, tu ama fazer essas Torturas... Misericórdia! Ta que eu queria ver sangue, mas não precisa ser o da mãe do Blake! Tanta escória pra matar mano! T.T

Postado 30/10/21 23:27

Tem que matar todo mundo, ainda bem que a morte aqui não tem dó de ninguém kkkkkkkk.

Primeiro a gente mata os bons, os ruins a gente deixa pro final.

Obrigada pela presença e comentário, Flavinha ♥

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