Reflito numa parede branca,
Manchada.
Me vejo numa cadeira vazia,
Com estofado rasgado.
Sou os velhos móveis
E a poeira do lugar.
Desequilibrado entre as telhas
Despenco enfeitando a velhice,
Triste,
Traiçoeira,
Sou o caminho dela
E de mim ela é feita.
Sou aquela cadeira vazia,
Quebrada e rasgada entre a poeira;
Sou aquela parede branca
Com uma mancha que não se apaga;
Sou esse quadro,
simples,
Que de tão grandioso,
Não se acaba.