Capítulo Único
Esperança à tiro-peito
Sinto-me preso à queda
Que à tiro-peito me desce o soluço
Sou luto do que precede o nascer
Vida, que limite, posterga absoluto
Mordo o vento que me quebra o queixo
Sopro a saudade que me arranha a face
Sou teu, saber concreto que me aguarda
Venho do céu, lugar o qual me deixaste
E se acaso a dor que me espera for o silêncio
Prefiro agonizante permanecer em queda
Pois, se o fim é a ilusão de se viver
À tua espera, trago o perpétuo da morte
E finto o tortuoso caminho que hei de ter.