Ouvi alguém tocar algumas bossas, em um canto da rua 12 de maio.
Um pobre homem, aspecto deploravel
e ainda sim, ele era bonito.
Tocava no seu velho violão
canções antigas de paixão
no seu chapéu no chão, não havia nenhum centavo.
Cantava de olho fechado, murmurava por assim dizer
os dedos calejados deixavam ecoar
musicas que ninguém queria ouvir.
Me aproximei, pude sentir
de longe seu cheiro de chuva, terra e saudade
Dei a ele, o troco do pão daquele dia.
Senti no ar, seu sorriso e seu obrigado
E então voltou a cantar
ele era tão pequeno como uma folha
e brilhava para mim, como um superstar.