A bela imperatriz de olhos castanhos e cabelos cacheados se despe, diante de uma banheira, que ficava em um altar: Ao ver o sangue calmo; ela sorri prazerosamente e ritualiscamente, molha seu pé direito.
A mulher inspira de olhos fechados, enquanto todo seu corpo é banhado pelo sangue de algumas prisioneiras, que seus escravos capturaram há algum tempo.
Morgana volta a abrir os olhos, no momento que solta a respiração calmamente e enxerga a ponta de seus dois pés, que estavam boiando em meio ao emaranhado sanguinário.
— Signar! — a bruxa assustou-se ao ouvir o encantamento que lhe prenderia com grossas correntes espirituais; quando se virou viu um de seus escravos, evocando ainda mais energia.
Traidores! — pensou ela, de dentes trincados, enquanto seus olhos contavam cinco escravos e três escravas. Uma emboscada se revelava, no instante em que eles começaram a cantar uma música desconhecida.
— Todo esse sangue humano, deve servir para algo! — o líder da rebelião, um bruxo mais velho, negro e mais sábio, gritou.
Ele fez um movimento circular com as mãos; rente a sua arredondada barriga e ao mesmo tempo, sua imperatriz era envolta pelo sangue da banheira em que se banhava.
Os outros escravos viram-na dentro da bolha flutuante; tentar se soltar, até que o velho gritou: — Eu preciso de mais tempo, não errem!
A verdade era que Morgana não conseguia se concentrar para usar sua grandiosa energia espiritual, tamanho era o número das magias de controle que sofria, mas ela sabia que se soltaria; cedo ou tarde.
— Locus exsilium! — o bruxo ancião gritou lançando suas mãos na direção da bolha de sangue que prendia sua dona e imperatriz.
Morgana começou a gritar como se sofresse um agonizante afogamento, mas em dado momento, podia-se ver seu espírito tentar sair do corpo; de maneira forçada.
Todos os escravos viram-na desaparecer de corpo e alma, enquanto aqueles quinze litros de sangue despencavam dentro da banheira e vazam para fora do altar, devido ao impacto da queda.
— O que aconteceu? — um dos escravos indagou ao bruxo mais velho, que por sua vez, estava ofegante, mas tentava se recompor aos poucos.
O senhor sorriu para todos aqueles que o apoiaram em sua rebelião e enfim, disse: — Vencemos, somos livres, todos nós!
Gritos eufóricos eram dados, enquanto braços brandavam aos céus.