Hoje,
Hoje já são quase 32 horas de ontem,
Por imaginação, descompassou ou confusão,
Ainda creio veementemente que quando ela disse adeus,
Falava de meu sono,
Por qual razão outra, apesar do imensurável cansaço,
Apesar das pernas abatidas,
Dos braços que aderem à curvatura da superfície,
Das costas doídas...
Apesar da mente barulhenta
Que a 140 decibéis urra incessantemente
Uma voz insaciável, talvez por ser a, própria, minha,
E apesar de todo cansaço que o corpo afirma
E em demasiada relutância, o sono, inicia,
A mente ainda confusa, descrente da noite anterior,
Percebe os raios de sol adentrarem a janela,
Neste ponto,
Não mais incomoda a luminosidade do cômodo,
Talvez saber que após a mais escura das noites,
Raia o sol,
Seja suficiente para manter a calma,
Da alma, mesmo que ainda a amarga,
Se os olhos são, realmente, as janelas da alma,
O clarear do Sol, com luz própria,
É tão inspirador quanto uma vez foi tua beleza,
Talvez por frieza da vida,
As curvas que se cruzam,
Algumas vezes são tangentes,
Outras são secantes,
E por fim há de haver uma de tal modo
Que as interseções sejam eternas e ternas.