Quando por vezes
(E por vezes outras quantas)
Nos recordamos
Ou por um despertar de uma lembrança
Ou por maestria da memória
De momentos ímpares em sua unicidade
Daqueles indivisíveis, sabe?
Em momentos tais sentimos no peito
Uma abrupta explosão!
Por descuido ou sentimentalização
Deixamo-nos levar
Tal qual o sangue, que
Bombeado mais rapidamente,
Faz o sistema nervoso central
Mais rapidamente irrigado.
Como aquele momento que vedes aquela única pessoa
Que poderia te impor o tal sentimento derradeiro,
Aquela pessoa que faz teu sangue ferver
E sentes que no mínimo estás avermelhado
E nesta sensação, sente-se tremendamente envergonhado...
Mas por motivo qual?
Vergonha de ter passado o sentimento atravancado no peito
Para uma dimensão física?
Uma dimensão onde o sentimento está em plena vista
Desnudo e descaracterizado da proteção que o corpo,
Aquele corpo trêmulo e ansioso por sorrir,
Mas que contrariado das próprias intenções,
Tenta desfazer o riso,
Fingir que não finge,
Transparecer unicamente a face límpida
De quem não deveras sente,
Quando verdadeiramente,
Sabedor da verdade imensurável
Relembrando, vivendo ou presenciando,
O momento passado,
Seja um ano, mês ou segundo atrás
Trás da tua memória o sentimento de nostalgia
E a nostalgia quando não realiza choro ou riso,
Demonstra-se como poesia!