Ele gritava, o fogo por si só já era uma tortura, a faca em brasas vermelhas cortava, dilacerava, queimava, pedaço por pedaço ele gritava.
O cheiro de carne queimada subia em pequenas espirais enchendo o ambiente com o aroma doce e doentio da tortura. Um dedo, um pedaço do braço, uma fatia da perna. Sentir-me tentada a provar sua doce carne temperada com seu medo e dor, e assim o fiz, finas fatias que eram aquecidas e assadas pelo lento passar da faca quente em sua carne.
Tudo estava perfeito, a musica clássica tocava, uma garrafa de vinho, e os gritos de dor daquele que ousou um dia levantar a mão contra mim.
Há doce tortura, naquela dança macabra cortei mais uma fatia de carne só para velo gritar enquanto saboreava sua dor. Em minhas mãos agora estavam sua sanidade, sua vida...
Arranquei dente após dente, admito que não com muito cuidado, ansiosa pelo desfecho de tão magnifica noite. Olhei bem em seus olhos delirantes, e não mais vi traços do homem violento que outrora chamei de meu marido, somente dor loucura restara.
Terminei meu vinho enquanto enfiava a faca em brasas vermelhas lentamente em seu olho, escutando a doce sinfonia de seu ultimo grito.