Um tiro e a certeza de que se é um Deus; mais um tiro e mais certeza de que se poder ser o Deus e outro tiro, Deus. Quantos tiros merecem essa sensação? Se são dois ou três, não sei, quatro é o ideal. Que contradição a minha, perdoem minhas contradições!
Enquanto sou Deus sob efeito desses tiros, o Mundo gira em torno de um Sol, ou será o contrário? Realmente resolveram mesmo matar Galileu? As palavras são confusas, pois, só assim faria sentido qualquer lucidez.
O álcool vai e vem, o nome da bebida é Rajska - que fora meu apelido na universidade -, quando confrontado com meus tiros, um efeito psicodélico surge, vejo e ouço coisas. Certa vez enquanto andava nos arredores da UFSC, decidi parar no antigo laguinho e ver os patos transformarem-se em Diabos pretos que corriam atrás de suas presas, as pessoas.
O Diabo que o parta! Meu Deus do céu! Mas Deus morreu. Os alucinógenos de uma hora juntam-se aos naturais de todas as horas, o resultado é obviamente horrível. Até breve, penso todos os dias, até breve... Deus.
Que mal tem o escritor que não sabe escrever? Que mal tem em só escrever as palavras que o convém, mesmo que a base de tiros. Ah, bons tempos dos disparos... Que saudade dessa época.
E não se engane, jovem, pois meus 22 refletem muito mais do que 22, pode dobrar essa quantia quiçá triplica-la.