Palavras de júbilo deu-te meu coração
Louvei-te com toda copiosa retidão
Minha alma a ti louvava em prostração
Toda a sorte de glória a ti em adoração
Em tua onisciente palavra havia o caminho garantido
Aqueles que a seguirem pela malícia jamais seriam pervertidos
Sabatinei-me e para tua honra, e minha ascensão, fui convertido
Honrei-te com versos cantados de longos e incontáveis regozijos
Contudo, o mal espreitava minha solene alma
Pois onde há luz demais apenas a escuridão acalma
Desci o mais profundo que pode cavar a minha palma
Enfim encontrei o final do vazio que em mim estava!
O mal era sentido, não mais enrustido, escondido ou sequer temido
Beijei o anjo da morte e pelo dever de bondade não fui mais oprimido
Vi que no cerne do meu ser a maldade exprimia gemidos
Gritos de prazer ecoavam pelos meus lábios pervertidos
Relacionei-me com teu corpo podre, bebi teu sangue escuro
Cortei a mim mesmo e com o sangue fiz o pentagrama soturno
Mergulhei no mais profundo declínio e com sacrifícios eu te conjuro!
“Seja meu pecado, minha ruindade, satã em seu formato mais puro!”
“Recebais este sangue imundo, ó glorioso rei do inferno!
Beija-me e violenta-me! Que a dor seja um sentimento eterno!
Sacrificar-te-ei pobres infantes para que o prazer seja teu subalterno!
Arrancai-me o divino! Sou à tua imagem e semelhança e assim este feitiço encerro”
Que seja consumada as heresias na casa daquele que se diz santo!
Que toda sorte de blasfêmias ocorra nesse recinto! Que se ouçam prantos!
Pois seguir a retidão e a bondade não fez me bom, portanto
Do declínio eu rumei até a ascensão! Ao bem jamais estarei fitando!