Olhos verdes e insípidos,
sacrificaram - se novamente,
eles gritaram e pulsaram desejando que a vida lhes fosse expelida através das veias.
Eles mesmos carregam
as escuridões que os acorrentam, e guiam tristemente o punhado de carne e ossos que os mantém firmes na cabeça...
O que acontecera desde a última vez que o sol os beijara?
Foram eles tocados por ventos mediterrâneos que lhes varreram a felicidade?
Aonde ela está?
Pés brancos de porcelana pincelam as pedras à procura de qualquer tipo de micro-universo macio:
Há sol, os muros de pedra sussurram
Os mares acinzentados cantam
A grama acaricia a pele
O punhado de carne com olhos de esmeralda percebe-se entorpecido
Pelo aroma da possível vida que nem sabe-se que talvez viva
Tudo é macio
Tudo é confortável
Amedrontador
Apavorante
É então suave,
A quase que desistência da existência humana
É então, precoce a alegria de ansear conhecer o que há além da morte...
Os insípidos olhos agora não tão brilhantes, mas calados, apreciam a visão do eterno vácuo...
Bilhares de pedaços de si mesmos, habitando um lar moribundo de areia esvoaçante
O que é o nome do homem?
O que de encantador há em privar um espírito do deleite de não encarnar?
E então, tudo é pedra e montanha
E árvores crescendo
E pássaros caindo
E montes se erguendo e enclinando, saboreando a grandeza de serem relevantes.
Então, olhos, que guiam o universo interno
Me contem meus próprios segredos
Eu não quero chorar à noite
Detesto cansar-me sempre
Olhos, olhos que eu não vejo
O que é o nome do homem?
Qual o significado de desejo?
Tudo é sólido,
Tudo é pálido
Tudo é condicional,
Tudo é o que é:
Amedrontador
Apavorante
Confortável
Macio
É, então suave...
Eternamente finito.