Capítulo Único
Why try
No ônibus pra casa,
devorei aquele pacote de pipoca tão nós:
- Doce por cima, por favor!
Comprei a lembrança que era só dele.
Cansado, volto a outra casa após um dia de aulas.
Exausto de poemas lidos e difíceis,
sentimentos e textos incompreendidos.
Minha mente o literalizava.
No meio do turbilhão instaurado,
o remédio da minha doença:
Uma mensagem, de dentro do ônibus
que ia pra outra casa.
Ele pergunta e responde objetivamente.
Ele quer e não quer estar aqui.
Ele talvez não queria que tudo fosse como estava sendo.
Nem sei o que ele queria, de fato.
À repetição de why try, tento acreditar no futuro.
De ficarmos bem, de voltarmos pro caminho nosso.
De ficarmos bem conosco, sobretudo.
Eu queria consertar, se der, o meu coração e o dele.