Eu fui atrás dele, estava chovendo demais, a agua pesada batia contra meu corpo, mas eu não me importava.
Tinha que ir atrás dele!
Para quem pegou o bonde andando, nós dois discutimos, e ele nervoso como é, saiu que nem tolo naquela chuva a fim de esfriar a cabeça.
Ora essa ! O maximo que conseguirá é uma gripe daquelas...
E pelo visto eu por estar correndo atrás dele por cada rua e viela, debaixo deste temporal, terei o mesmo fim.
Após uns minutos correndo sem parar, pulando por cima das poças eu o encontrei.
Estava lá aquele tolo tão sentimental, debaixo da chuva.
Fui até ele e o peguei pelos ombros com toda a força que eu tinha nos pequenos dedos.
_ Que diabo você tem na cabeça Lu? _ gritei, a voz saiu abafada por conta de um trovão _ Porra, você é louco?
_ Me deixa, me deixa quieto, você fez sua escolha não fez? _ Ele gritou também, em um tom rude que eu desconhecia.
_ Eu não fiz escolha nenhuma ! _ Eu o prendi ainda mais contra a parede onde estava encostado _ Mas parece que, tu fez a sua ao sair nesse tempo...
_ Eu não suportei, ao ve-la abraçada com aquele sujeito que eu detesto, pensei tanta coisa... _ Ele abaixou os olhos, provavelmente arrependido, ou talvez apenas envergonhado.
_ Se achou ruim? Por que não fez nada? _ questionei tirando os cabelos grudados na frente dos seus olhos.
Aquele questionamento pareceu chocar o rapaz, por que, em menos de um segundo, ele pegou os braços delicados e frios e a virou contra a parede onde ele estava escorado.
O jogo virou.
_ Mas o que é isto? _ cuspi as palavras de forma acida.
_ Queria que eu fizesse alguma coisa não é? Pois bem!
Ele segurou com mais força a pele umida, e deu um beijo, sem pudor algum, na rua vazia e encharcada, se aproximou mais, fazendo os dois corpos molhados quase se fundirem.
Era perfeito, estava frio que doia, mas naquele momento, estava calor.
E que calor!
Os beijo era composto de chuva, uma resposta bruta, porém dada com amor, um puta beijo bom para ser sincera.
E quando aquilo acabou, foi como se eu estivesse em outro mundo, e voltasse para aquele, mas não queria voltar, queria continuar no mundo onde estava tudo quente como um dia de primavera.
_ Isso, eu pretendo fazer na frente daquele seu amigo, e muito mais se ele se atrever a lhe agarrar daquela forma _ Lu sentenciou, de forma séria.
_ Ah... eu, bem, tudo bem.... _disse eu, corando mas sem antes provocar entre risos _ Se bem que, eu duvido e muito.
Ele apenas sorriu de volta, um sorriso levemente desafiador e começou a andar, e eu o acompanhei.
E nós dois, fomos para casa sem dizer uma unica palavra.
Realmente, como dizia o clichê.
Beijar na chuva era bom.