És o homem com quem me vou casar, mas ainda não sabes.
Aquele com quem passearei de mãos dadas nas ruas acidentadas e frias da minha cidade. O tal que irá rir do meu nariz avermelhado pelo ar gelado e do qual eu me vingarei encostando as costas das mãos, que mais parecem dois cubos de gelo, às suas bochechas.
És o homem com quem eu vou andar de roupa combinada e fazer essas coisas foleiras que os casais muito apaixonados fazem. O primeiro que irei apresentar à minha mãe, ao fim de um ano juntos, onde já devemos ter vivido uma catraiada de coisas boas e menos boas.
És o homem com quem quero partilhar risos e uma manta aos xadrezes no inverno. Aquele que me vai rodar no ar, quando me abraça, e, ao pousar no chão, chamar um nome carinhoso qualquer e bem tolinho.
És o homem pelo qual me vou apaixonar; o único que fechará os olhos de medo quando eu conduzir por ruas a pique e minadas de paralelos; o único com quem eu vou ralhar quando for ele a conduzir, em excesso de velocidade e com uma música techno aos altos berros, pelas ruas a pique e minadas de paralelos.
(Quero aqui sublinhar que o teu medo será infundado. O meu não.)
Enfim. És o homem com quem me vou casar, mas tu ainda não o sabes, porque ainda não me conheceste.
Até à data, podes ir pondo os braços à volta de outras mulheres e fazê-las rir e derreter com o teu sorriso. Quando me vires pela primeira vez, e começares a conviver comigo, espero que só tenhas olhos para mim; que percebas que sou a mulher com quem te vais casar e que eras um tolo por antes não o teres sabido.